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UDEMO |07/01/2020 10:42 | Atualizado em 8/01/20 8:41


FELIZ ANO VELHO - 2

 

O milagre da multiplicação dos pães,
dos peixes, das verbas...e das ilusões!

Para começar, vamos deixar bem claro que, quanto mais dinheiro na escola pública – e diretamente na escola pública -, melhor! Ainda mais no atual estado de penúria em que ela se encontra! Mas vamos deixar bem claro, também, que em economia não existem milagres nem almoços de graça!

De repente, Diretores de Escola e Diretores Executivos de APMs estão sendo convocados, com urgência, às agências do Banco do Brasil para serem informados sobre as quantias vultosas depositadas nas contas das APMs, aguardando-se tão somente o Manual de Instrução para poderem usar a verba! Esperava-se o depósito de R$ 8.000,00 e surgem R$ 58.000,00, R$ 186.000,00, R$ 250.000,00! Choveu dinheiro na escola, como choveu hamburger no filme.

Ótimo! Tomara que isso se repita todos os meses, até o fim do ano (eleição para prefeito); ou, ao menos, até dezembro de 2022 (eleição para presidente, governadores, senadores e deputados estaduais e federais). Em 2021, com certeza, a verba será a mínima.

Mas há algumas coisas intrigantes neste episódio, além do fato de que será apenas uma parcela anual, diferente do PDDE federal que eram duas parcelas anuais. Com o dinheiro recebido agora, a escola vai ter de se virar o ano todo!

De acordo com o artigo 4º da Resolução SE 67, de 11-12-2019, o valor de repasse per capita por aluno seria de no mínimo R$ 45,00; o valor fixo mínimo por escola seria de R$ 8.000,00.

Em seguida, veio a Resolução SE nº 73, de 27-12-2019, que reduziu esses valores para R$ 1,00 e R$ 1.000,00, respectivamente. Uma “pequena” redução de 98%!
Então, uma escola com 350 alunos esperava receber R$ 17.500,00; depois, R$ 1.000,00. E aí é surpreendida com um crédito de R$ 68.000,00! Esperava um litro de água e recebeu um caminhão pipa. Alegria pura! É para comemorar, mesmo! A conta virá depois!

Vamos fazer um cálculo pequeno e simples. São Paulo tem 3,5 milhões de alunos na rede pública estadual. Na primeira versão (Res. 67), cada aluno teria direito a, no mínimo, R$ 45,00 do PDDE Paulista. Isso totalizaria algo em torno de R$ 157,5 mi. Na segunda versão (Res. 73), cada aluno teria direito a apenas R$ 1,00, totalizando cerca de R$ 3,5 mi. Portanto, optando pela 2ª versão, o governo economizou cerca de R$ 154 milhões! Algo próximo do que havia sido anunciado: R$ 150 milhões. E essa diferença, somada à verba provisionada do ano passado, quando nenhum centavo do dinheiro do Estado foi encaminhado às escolas, essa “fortuna” foi “despejada” nas APMs, para alegria geral do povo e felicidade geral da nação.

Bom, mas se o que importa é o dinheiro que chega na escola, por que se preocupar com a fonte?

Por uma razão muito simples, que explicaremos no próximo número!

 


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