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Histórico da UDEMO: 1952 - 2002

Confira o organograma da Entidade

DA FUNDAÇÃO AOS TEMPOS OBSCUROS (1952 - 1964)

A UDEMO foi fundada no dia 18 de outubro de 1952. Cerca de 25 diretores e vice-diretores , reunidos em assembléia na sede da AFPESP - Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo - decidiram criar uma entidade que "permitisse maior coordenação dos esforços da classe". O motivo deflagrador da reunião foi a Lei n° 1.302/51, que transferia os cargos de direção para a então tabela I. Por este mecanismo, os diretores passariam a ser nomeados em comissão. Com essa Lei, os diretores viam cerceado o direito ao ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, à remoção, além de temerem a interferência política no comando das escolas.

A denominação da recém-criada entidade foi sugerida pelo professor Nelson Pesciotta - e aprovada pela assembléia - UDEMO - União dos Diretores do Ensino Médio Oficial. Essa denominação viria a se manter até 1977.

Foi eleita na ocasião uma comissão especial para elaborar os Estatutos da nova Entidade e também uma "junta governativa" que "governaria a entidade até a aprovação dos estatutos e a eleição da primeira diretoria". A comissão especial seria constituída por Wolny de Carvalho Ramos, Nelson Pesciotta e Alfredo Gomes. A Junta Governativa teria a seguinte constituição: Presidente: Wolny de Carvalho Ramos, Secretário: Nelson Pesciotta; Tesoureiro: Nilo Magalhães Ribeiro.

O Primeiro estatuto da UDEMO data de 23/01/53, mas não consta dos arquivos, existindo apenas referências a ele em outros documentos. Assim, o primeiro Estatuto aprovado em assembléia e registrado na documentação da Entidade data de 23/07/56 e "repete na sua essência o estatuto aprovado em 23/01/53".

Além de uma visão bastante ampla de entidade - que teria como finalidade desde "defender os interesses da classe" até "promover a melhoria do Ensino e Educação no Brasil" - o primeiro estatuto registrado apresenta algumas peculiaridades, como: as eleições seriam diretas em todos os níveis; o Congresso seria a instância maior de decisões da entidade (este Congresso corresponderia, na verdade, às atuais assembléias gerais); a diretoria executiva, com mandato de um ano, seria composta de: Presidente, Vice-Presidente, Secretários (2) e Tesoureiros (2). Haveria, ainda, um Conselho Consultivo e um Conselho Fiscal. No Conselho Consultivo - composto de 7 membros - já se nota a preocupação com a representatividade, pois os seus membros deveriam ser "representantes das várias regiões do Estado de São Paulo". Tanto a Diretoria Executiva como os Conselhos seriam eleitos em "Congressos devidamente convocados para este fim". As Disposições Gerais e Transitórias previam que a UDEMO "poderia entrar em entendimentos com outras entidades representativas do magistério de nível médio, para constituição de federações, firmas, acordos ou alianças, visando a interesses comuns". Previam, ainda, que "a sociedade se dissolveria por vontade da maioria de seus associados ou por deixar de atender às suas reais finalidades".

De 1956 a 1961 existe uma lacuna nos arquivos da entidade, não constando, desta época, nenhum documento.

Do ano de 1962 consta dos arquivos da UDEMO apenas um Boletim Informativo (n° 2, mês de abril), composto de quatro páginas datilografadas, em papel sulfite, e enviadas aos associados na forma de xerox. Esse Boletim faz menção a um recente encontro de diretores, "dos mais felizes, pois, ao lado de rara oportunidade de se confraternizarem colegas de tão longe rincões, tivemos a ocasião de levantar, debater e encaminhar problemas sérios e de magna importância para a classe". Foram assuntos desse encontro: remuneração dos diretores, inspeção escolar, incorporação, pró-labore, Conselho Estadual de Educação e "revitalização da UDEMO". Consta ainda desse Boletim a declaração de uma "dívida de gratidão para com a deputada Conceição da Costa Neves, vice-presidente da Assembléia Legislativa", pela apresentação de uma Emenda favorável aos diretores, valorizando a hierarquia salarial e propondo remuneração maior para os mesmos. A justificativa para tal remuneração seria o fato de os diretores trabalharem mais horas que os professores e receberam o mesmo (ou até menos) do que eles. Noticiava-se nesse Boletim, ainda, a iminente criação do Conselho Estadual de Educação, para cujo Regimento Interno a UDEMO pedia sugestões aos seus associados. Esse Boletim noticiava também a morte do colega Wolny de Carvalho Ramos, um dos fundadores da UDEMO, e seu primeiro Presidente. Relata os entendimentos que a UDEMO vinha tendo com a APESNOESP (atual APEOESP) "para empreenderem juntas um trabalho comum em defesa da classe", já que é necessária "uma união indissolúvel entre mestres e diretores para fazer frente aos que pretendem transformar a escola secundária em núcleo eleitoral de suas pretensões inconfessáveis". À época, denunciava-se a "perseguição política" imposta ao diretor do Colégio Estadual de Campos do Jordão, para o qual pedia-se solidariedade. Ao concluir o Boletim, a diretoria solicitava aos associados que enviassem suas contribuições à UDEMO, em nome da Tesoureira Geral - Maria Thereza Gomes de Oliveira - na forma de cheque nominal, e no valor de CR$ 600,00 (seiscentos cruzeiros) para cobrir a anuidade de 1962. Essa quantia representava cerca de 5% de um salário mínimo da época.

No ano de 1963, a única menção à UDEMO aparece nos "Anais do Primeiro Encontro de Diretores do Ensino Secundário e Normal Estadual", promovido pelo Departamento de Educação de São Paulo, onde consta um discurso, durante a sessão solene de abertura, proferido pelo então presidente da UDEMO, professor Adolpho Pinheiro Machado. À época era secretário da educação o padre Baleeiro (Dr. Januário Baleeiro de Jesus e Silva), e governador do estado o Dr. Adhemar Pereira de Barros.


EM BUSCA DE UMA IDENTIDADE (1965 - 1982)

A partir de 1965, as listas de presença às reuniões da UDEMO, apresentam um número pequeno de participantes (entre 20 e 30), mas, no entanto, revelam um fato muito importante: a participação de elementos de diversas regiões do Estado: Capital, Grande São Paulo, Campos do Jordão, Catanduva, Pirassununga, Bragança Paulista, Jundiaí, Piedade.

Em 1967, já se podem delinear algumas preocupações básicas da UDEMO. Os elementos da Diretoria e dos Conselhos - agora com mandato de dois anos - deveriam ser, de preferência, da Capital, pois "seria mais cômodo e mais funcional"; a entidade formaria regionais no Interior e também na Capital, já que tal descentralização daria mais eficiência a UDEMO". A diretoria recém-eleita se lançaria com empenho na regulamentação do RDE (Regime de Dedicação Exclusiva), na reestruturação da carreira do diretor secundário, para a "necessária justiça na remuneração dos diretores", e no crescimento da entidade. "A UDEMO precisa crescer, e crescer muito", diria o então presidente, Nilo Magalhães Ribeiro.

Constituiu-se uma comissão especial que elaborou um projeto sobre o RDE e o encaminhou ao Departamento de Educação. Este projeto foi aprovado e os diretores passaram a perceber aquela gratificação. Mas essa conquista da UDEMO - RDE - viria a ser, desde a sua implantação, uma fonte de aborrecimentos para os diretores. Havia muita irregularidade no pagamento; fixou-se um percentual por número de alunos e períodos nas escolas, o que gerou bastante descontentamento na rede.

Aparece também, em 1967, pela primeira vez registrado em ata, um protesto contra o tratamento dispensado aos diretores secundários "seja pelo Departamento de Educação, seja pela Secretária da Educação". É registrada, ainda, a preocupação com a insegurança nas escolas - "principalmente no noturno" - e com o módulo escolar. Exigia-se, na ocasião, a agilização dos concursos para Secretário de Escola.

1967 foi um ano de muita movimentação no Magistério e no funcionalismo em geral, face ao Projeto de Lei que se tornaria, no ano seguinte, o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo (Lei n° 10.261/68).

Em 1968, a primeira reunião da Diretoria da UDEMO destaca a questão da contribuição dos alunos para o Órgão de Cooperação Escolar (ou Associação de Pais e Mestres). Os diretores mostraram-se favoráveis a essa contribuição não-oficial, "desde que os poderes competentes não faltem com os recursos necessários para um razoável funcionamento na quase totalidade dos ginásios e Institutos de Educação do Estado". O Diretor Geral do Departamento de Educação, na época, professor Mario Pires Azanha, reconhece a "deficiência material dos estabelecimentos" mas não aprova a arrecadação, prometendo punir os Diretores que solicitassem aquela contribuição. A UDEMO conclama todos os diretores a desrespeitar a determinação da Secretaria da Educação. A reação não tardaria. No mês seguinte,três diretores seriam punidos e "várias Comissões de Correição seriam instaladas" para apurar responsabilidades de diretores. Mediante representação da UDEMO, as punições seriam revistas e as Comissões, retiradas no mesmo ano.

A cobrança da contribuição para os OCEs continuaria causando transtornos. Em programa radiofônico de grande audiência ("O Trabuco") o locutor Vicente Leporace (hoje nome de escola) criticava os diretores e levantava suspeitas sobre o "destino verdadeiro dado às verbas nas escolas". Novamente a UDEMO sai em defesa de seus associados; agora, porém, tendo contra si os meios de comunicação. Os mesmos meios que a UDEMO vinha tentando conquistar de longa data. Inicia-se um movimento pela regulamentação dos OCEs, com a oficialização das contribuições, que culminaria no estatuto padrão das APMs. A Diretoria da UDEMO sente a necessidade do preparo e do treinamento dos novos diretores, visando, entre outros pontos, a conscientização dos mesmos para os movimentos da entidade.

Um desentendimento - ao que tudo indica "concertado" - entre Secretaria da Educação e Secretaria da Fazenda leva os diretores a perderem 40% na gratificação do RDE (que variava de 0 a 140%) ficando estipulado, para os diretores e vice-diretores, o teto de100% de gratificação. Como conseqüência, a secretária do IEE Caetano de Campos (onde hoje fica a Secretaria da Educação) é citada em ata como "tendo salário superior a qualquer diretor secundário do Estado". Além disso, "diretores de escola com dois períodos e menos de 300 alunos não estariam recebendo o RDE".

Aparecem, ainda em 1968, várias reclamações contra o excesso de papéis e a exigüidade dos prazos para o cumprimento das determinações superiores.

Em 1969 as atenções voltam-se para um projeto que viria a ser, em 1970, a Lei de Paridade. Há uma certa apreensão na rede temendo-se a aprovação de algo que não viria favorecer o magistério e que seria imposto de cima para baixo, sem a menor possibilidade de discussão. (Deve-se lembrar que se vivia, na época, o período mais duro da repressão).

A UDEMO realizaria uma assembléia, em 3 de agosto, que marcaria sua história, pois contaria com um número até então recorde de participantes (63) o que inspiraria um discurso de elogio à Entidade por parte de seu Presidente. Pela primeira vez, duas chapas disputavam a diretoria da UDEMO: uma encabeçada por uma diretora de São Paulo (Helena Rocha de Achoa, diretora do IEE Padre Anchieta) e outra de por um diretor de Santo André (Pedro Cia, diretor do IEE Américo Brasiliense). Vence a última, cujo Presidente viria a renunciar poucos meses após as eleições. Com a eleição de um diretor de Santo André para a presidência, transfere-se a sede da UDEMO para aquela cidade, ocupando uma sala do IEE Américo Brasiliense. A UDEMO, desde a sua fundação, sempre enfrentou o problema da falta de uma sede própria, tendo de recorrer a entidades, escolas e até mesmo residências de associados para as suas reuniões. Há que se ressaltar a colaboração que teve, de 1967 a 1972, da APEF (Associação dos Professores de Educação Física) que cedeu, durante todo aquele tempo, uma sala de reuniões para a UDEMO.

Cresce, no ano de 1969, a preocupação com a divulgação da entidade e com a reforma de seus estatutos sociais. Data também de 1969 a primeira menção oficial ao número de Associados da UDEMO: 66 pagantes e 39 inscrições. Apesar de não estar claro, parece que os pagantes, somados às inscrições, resumem o total de associados: 105.

Em 1970, com a renúncia do presidente (Pedro Cia) e a ascensão do vice-presidente (Mario Odevil Maia), em 21/05, a sede da UDEMO retorna a São Paulo.

Em nível interno, a ênfase recai, agora, sobre a necessidade da reforma do Estatuto da UDEMO por ser "antigo, já ultrapassado, e por não permitir que a entidade seja declarada de utilidade pública" (o Estatuto não deixava clara a gratuidade dos mandatos da diretoria). Surge então o novo Estatuto (28/08/1970) que, na essência, repete o anterior. São criados, na diretoria executiva, vários departamentos (relações públicas, cultural, social, social, jurídico, publicação, e assistência técnico administrativa) e o cargo de contador (além de dois tesoureiros). O Conselho continua sendo Consultivo e dele não participa a diretoria executiva, com exceção do presidente - e, mesmo assim, sem direito a voto.

Aparece, pela primeira vez, a figura do "Coordenador Regional", elemento escolhido pela diretoria para representá-la em cada uma das áreas das Delegacias de Ensino Secundário e Normal (DESNs). As eleições continuam sendo diretas em todos os níveis (só deixariam de sê-lo em 1977) permitindo a recondução em todos os cargos. Pela primeira vez, também, coloca-se no Estatuto a preocupação com a arrecadação das mensalidades dos associados. Outra alteração importante é a abertura para um maior número de associados. Poderiam se associar, além dos diretores e assistentes efetivos (hoje, vice-diretores), os aposentados, os substitutos e os designados.

Em 1970, inicia-se o período mais duro de arrocho salarial do Magistério. As distorções no RDE, a Lei da Paridade, as Reestruturações, dentre outras medidas, acarretam confusões na administração e grandes injustiças no magistério. É também a época da expansão dos estabelecimentos do secundário, surgindo às famosas "extensões" que inchariam as escolas e trariam muito mais trabalho aos diretores. Além disso, os diretores sentiram que uma rápida expansão da rede secundária acarretaria um achatamento salarial dos profissionais da Educação. Isto seria confirmado no mesmo ano e ratificado no ano seguinte.

A UDEMO realiza neste ano o V Encontro de Diretores do Ensino Médio Oficial em Águas da Prata. (Não há menção aos encontros anteriores nos arquivos da entidade, com exceção de um IV encontro, em São Carlos). Participam do encontro cerca de 120 educadores. O discurso de abertura enfatiza a necessidade de "a UDEMO ser ouvida nas questões pertinentes ao ensino médio". Com uma pauta longa, e relatórios minuciosos, o Encontro durou seis dias, destacando-se nos trabalhos a preocupação com a atualização pedagógica do diretor , a autonomia desse profissional, o excesso de burocracia nas escolas, o módulo escolar, a avaliação do rendimento do aluno, a função formativa e informativa da escola ("a escola séria") e as suas condições materiais.

Aparece, ainda, em 1970, o primeiro Boletim Oficial da UDEMO - o UDEMO Momento - dando início a uma série de boletins que a entidade publicaria até 1985. O Editorial, do nº 2, conclama os diretores a se associarem e "desenvolver uma programação em benefício da classe e da afirmação do status do diretor".

Como plataforma de chapa para as próximas eleições, aparece também a campanha visando a aquisição de sede própria (o que seria concretizado em 1972), a necessidade de apressar os concursos de ingresso de diretor, a luta pela obtenção do desconto da anuidade da UDEMO em folha de pagamento (o que só seria obtido em 1984) e a luta pela instituição do dia do diretor de escola (dia 18/10, dia da fundação da UDEMO), o que só viria a acontecer em 2001.

O ano de 1971 foi bastante movimentado. Realiza-se o VI Encontro de Diretores, em Águas de Lindóia, e prepara-se o curso de Atualização Pedagógica na Universidade de Londres. O 6° Encontro dos Diretores do Ensino Médio Oficial anunciava a presença da Secretária da Educação, Profa. Esther de Figueiredo Ferraz (governo Laudo Natel), do Arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, proferindo uma palestra sobre "A Educação e os Valores do Homem", e do Ministro da Educação, Jarbas Passarinho, no encerramento. A UDEMO denuncia uma tentativa de protecionismo da Secretaria da Educação sobre o professor I (atual PEB-I), em prejuízo do Diretor (na valorização dos diplomas). Inicia-se neste ano o movimento contra as aulas aos sábados. Em carta encaminhada ao Governador, a UDEMO denuncia "a precariedade da situação das escolas públicas e os baixos salários dos diretores". No plano interno da Entidade, é elaborado, neste ano, o primeiro catálogo de associados, com fichas individuais e autorização de cobrança de mensalidades em domicílio. Total dos associados: 121. No Editorial do UDEMOmento (agora com essa grafia), a diretoria recém-eleita afirma ter herdado de seus antecessores "tão somente uma sigla, com trabalhos esparsos de alguns colegas e nada mais. Não existia cadastramento de pessoal, não existiam sócios, na verdadeira acepção da palavra, pois todos os efetivos se julgavam nesta condição, sem dar à Entidade nada em troca". 1971 é também um ano de muita expectativa e discussão frente à elaboração da nova Lei de Diretrizes e Bases (5692/71).

Em 1972 a UDEMO consegue levar a Londres, em dois aviões especialmente fretados, cerca de 500 educadores. Estes educadores freqüentariam, de 10 a 28 de janeiro, o Curso de Atualização Pedagógica da Universidade de Londres. Depois do curso, completariam o programa com um giro pela Europa, principalmente França e Portugal.

A promoção deste evento traria um bom rendimento para a entidade, permitindo-lhe, inclusive, a compra de sua sede. As promoções culturais e sociais não ficariam por aí. No segundo semestre, realiza-se o VII Encontro de Diretores. No plano escolar, 1972 foi um ano bastante agitado em decorrência da promulgação da Lei 5692/71 e suas regulamentações. O Ensino Profissionalizante e a situação dos Diretores frente à unificação do 1° Grau (hoje Ensino Fundamental) causa muita expectativa e provoca vários debates. Acontece, também neste ano, o movimento pela Carreira do Magistério, pleiteando-se concurso para provimento de cargos de inspetor de ensino (atuais Supervisores de Ensino) que eram, na época, cargos de confiança do Secretário da Educação.

Com base nos documentos e depoimentos, 1973 parece ter sido um dos anos mais conturbados para a Entidade e para os diretores em geral. A gestão da Profª. Esther de Figueiredo Ferraz como Secretária da Educação corresponderia a uma época de muitas reuniões, debates, comissões, e, principalmente, muita polêmica e desencontros na Educação. Diretores recém-concursados (cerca de 507) sentem-se prejudicados e ameaçam a Secretaria da Educação com uma ação judicial. Algumas Delegacias de Ensino (atuais Diretorias de Ensino) tentam obrigar as escolas com período noturno (e que não tinham aulas aos sábados) a aumentarem o número de dias letivos (2 semanas a mais no ano). Uma ação movida pela Apesnoesp (atual Apeoesp) contra o Estado e a favor dos Professores Admitidos a Título Precário, leva a Procuradoria Geral do Estado a responsabilizar os Diretores pelas contratações. Foi necessário um razoável trabalho para esclarecer a questão. Surgem, ainda neste ano, vários problemas e denúncias com relação à matricula de alunos (problemas referentes à faixa etária). Descobre-se que um Projeto de Lei vinha sendo "elaborado sigilosamente por um Grupo de Trabalho nomeado pela Sra. Secretária da Educação". É o que viria a se a LC 114/74. A UDEMO, em ofício enviado ao Governador, sugere a divulgação do trabalho e a integração, ao Grupo, de elementos representativos de todas as Entidades do Magistério Paulista. No plano legal, a Lei 5692/71 continua centralizando as atenções. A luta pela equiparação do diretor do primário e do secundário acirra os ânimos e provoca desentendimento entre diretores e entidades. Neste ano surgem também muitas críticas e restrições ao recesso escolar (15 a 32 dias) com a finalidade principal de recuperação de alunos e reposição de aulas. O número de dias letivos varia de 180 a 240, dependendo do número de turnos diários da escola.

Programa-se, para fins de 1973, o VIII Encontro de Diretores, no Rachaya Clube, São Paulo. No dia 7 de julho, com a presença de várias autoridades, inaugura-se a Sede Social da UDEMO, na Rua Cesário Motta Jr, n° 369, Vila Buarque. Termina, então, umas das gestões mais profícuas da história da Entidade.

Com a posse da nova diretoria, em agosto, a UDEMO entraria numa outra fase de trabalho que iria trazer-lhe popularidade mas também muitos transtornos. Em outubro deste ano, a diretoria da UDEMO envia ofícios às Câmaras Municipais de todos os municípios que sediavam as então Divisões Regionais de Ensino (DREs). Estes ofícios indicavam e sugeriam que fossem concedidos títulos de "Cidadão benemérito" a todos os Diretores de DREs.

Em novembro, a Diretoria da Entidade presta homenagem aos 18 Delegados de Ensino (atuais Dirigentes de Ensino) da Região da Grande São Paulo, e aos Diretores-Presidentes das 20 editoras de São Paulo, qualificando-os de "lideres incontestes e pujantes do Ensino e da Educação".

Pelos documentos que ficaram, os anos de 1974 a 1976 foram de pouca atividade na UDEMO. As correspondências arquivadas denotam uma certa partidarização e um grau de comprometimento político da entidade. Tenta-se uma saída para o problema de arrecadação das contribuições dos associados, usando-se o código de outra entidade (Apeoesp) e desconto em folha. Isto traria mais aborrecimentos que dinheiro. A Apeoesp recebia as contribuições e as repassava à UDEMO. Em março de 1976, em telegrama enviado ao MEC, o presidente da UDEMO sugere "imediata intervenção federal em São Paulo, face ao descumprimento da Lei 5692/71 e convulsão social nos meios educacionais". A citada Lei e a questão salarial continuam sendo o foco das atenções. Em fins de 1976, a UDEMO recebe, para estudos, a minuta do anteprojeto do Regimento Comum das escolas de 1° Grau que viria a ser, no ano seguinte, o Decreto n° 10.623/77.

Passaria despercebido, parece, para a entidade, um problema sério: o projeto da Rede Física.

Em 1977 as atenções voltam-se para dois anteprojetos que dariam origem ao "Projetão" (LC n° 180/78). O Secretário da Educação, em ofício encaminhado à UDEMO, "solicita a colaboração da Entidade para apresentar sugestões ao Estatuto do Magistério, visando sanar eventuais injustiças, sem que isso signifique, evidentemente, imediata preocupação salarial, tendo em vista a situação orçamentária do Estado". As sugestões, então, seriam apenas no "aspecto estrutural do Estatuto". Há que se ressaltar o livre trânsito da UDEMO na Secretaria da Educação na gestão José Bonifácio Coutinho Nogueira (governo Paulo Egydio Martins), sendo ouvida sobre quase todos os assuntos do magistério e opinando sobre vários projetos. Ocorre, também neste ano, a alteração dos Estatutos da UDEMO. A sigla UDEMO passa a significar - União dos Diretores de Escola do Magistério Oficial - para adaptar-se à nova legislação e filosofia de ensino. Desta forma, a entidade abriria espaço para a participação dos diretores do antigo primário. Porém, só em tese, porque nesse mesmo ano, implantaram-se as eleições indiretas e criaram-se os diretores "biônicos" na entidade, como forma de evitar que os diretores do antigo primário "se apoderassem da Entidade".

O "Projetão" (LC n° 180/78), o Estatuto do Magistério (LC n° 201/78) e a Greve dos Professores são os grandes acontecimentos de 1978. É feita uma nova tentativa para se obter, junto à Fazenda, desconto em folha para os associados. A UDEMO protesta, na época, contra o "excesso de publicidade feita pela Conesp"(Construções do Estado de São Paulo, que passaria a ser, mais tarde, um departamento da Fundação para o Desenvolvimento Escolar) nos meios de comunicação e uma "suposta propaganda eleitoral nas DEs (Delegacias de Ensino)". A LC 180/78 e a LC 201/78 trazem alguns benefícios para o funcionalismo e o magistério. Porém, por influência política, acabam aparecendo artigos estranhos nessa lei, criando casuísmos e protecionismos, como o instituto da remoção por união de cônjuge, com prioridade absoluta. Deflagra-se a greve de professores da rede pública, liderada pela Apeoesp. A UDEMO não participaria deste movimento, aparecendo como mediadora nas negociações entre magistério e governo.

1979 é o início de um período obscuro para o Magistério, sendo governador o Sr. Paulo Maluf e Secretário da Educação o Sr. Luis Ferreira Martins. Nunca, em toda sua história, a UDEMO seria tão pouco ouvida. Inicia-se o ano letivo com uma grande greve do funcionalismo e do Magistério. O magistério pleiteava, na ocasião um aumento de 70% nos salários mais Cz$ 2.000,00 fixos de abono. O saldo não poderia ser pior: apenas o fixo foi concedido e vários grevistas foram punidos. Talvez para melhorar a imagem, a Secretaria da Educação encaminhou à UDEMO, para estudo e, com 15 dias de prazo, a minuta do Decreto que regulamentava a Progressão Funcional da LC 201/78. A Entidade deveria apreciar e apresentar sugestões. A participação, porém, torna-se cada vez mais restrita. Realiza-se, neste ano, um Encontro do Funcionalismo (do qual a UDEMO participa) cuja pauta seria basicamente a questão salarial.

Em outubro do mesmo ano, as Entidades do Magistério realizam um Encontro de Pais, Educadores e Alunos na Assembléia Legislativa de São Paulo. Em função da greve e da ponderação de alguns diretores, a UDEMO elabora uma carta de Princípios dos Diretores de Escola (texto provisório) "visando a uma atitude frente à Educação, ao regime político, aos colegas e aos professores".

Uma ata de Assembléia de 1980 mostra a grave situação financeira da Entidade. Esta mesma ata faz referência a um "cobrador de mensalidades da UDEMO" que percorria as escolas com essa finalidade. A UDEMO desligava-se do DIEESE (Departamento Inter-Sindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos) "por absoluta falta de recursos". Deve-se ressaltar que a contribuição para com o DIEESE era praticamente simbólica. Surge neste ano, na Secretaria da Educação, um "Projeto de Lazer Orientado nas Férias", que provoca muitas críticas. A UDEMO enfatiza a inoportunidade do Projeto, sua imposição, o desperdício de recursos aliado à falta de infra-estrutura. Continua em pauta a APM: relacionamento Diretor e APM; descaracterização das funções da APM; incentivo à maior participação dos pais e contribuição pecuniária são assuntos das assembléias gerais da entidade. Mais verbas para a Escola; módulo mínimo completo e concursos na rede pública (para Secretários de Escola, Orientadores Educacionais, Coordenadores Pedagógicos e Supervisores de Ensino) aparecem em quase todas as pautas das reuniões. As Entidades do Magistério discutem, também, neste ano a reestruturação do CEE (Conselho Estadual de Educação). Um grupo de educadores de Bragança Paulista encabeça uma luta, encampada pela Entidade, pela aposentadoria aos 25 anos de serviço extensiva aos diretores e assistentes. Em carta endereçada ao Delegado de Ensino, um colega, diretor no Embu, denuncia a precariedade das condições de trabalho. Os diretores têm que ir diariamente à D.E, "ver se há novidade", e, ainda pior, transportar material para as escolas, " se quiserem receber material". Fato, aliás, que não era novo, e que causa transtornos à direção da escola, ainda hoje.

O Governador do Estado (Paulo Maluf), em mensagem pública no D.O. de 14/11/1981, entitulada "Mensagem às Sras. Professoras" declara: "Quero deixar aqui assentado que até o fim do meu governo, farei justiça completa à professora e ao professor. E se injustiças forem apontadas, elas serão corrigidas". Infelizmente, este seria o tom constante do governo, o de tudo prometer e nada fazer. Por várias vezes, as entidades solicitariam audiência e não seriam recebidas; memorandos encaminhados não seriam respondidos; o Magistério viveria o pior arrocho salarial de sua história. 1981 é também o ano das intervenções: intervenção na Unicamp, no HSPE (Hospital do Servidor Público Estadual), no Hospital das Clínicas, tentativa de intervenção na USP. Tudo no melhor estilo autoritário, despótico e fraudulento. A UDEMO protesta contra todos estes atos arbitrários. Daí para frente, ficaria ainda mais difícil o relacionamento com o governo.

Ainda de triste lembrança, desta época, é a Lei Complementar 241/81 que trouxe prejuízos para o Magistério. A UDEMO e as demais entidades do Magistério fazem um movimento junto à Assembléia Legislativa pela alteração desta Lei. Porém, nada foi obtido. A UDEMO promove neste ano o "1° Fórum da Escola Pública" que seria um "debate aberto sobre a situação em que se encontra a escola pública".Com a participação de vários educadores, foram tratados os temas que mais polêmicas causavam na rede, do ponto de vista político, administrativo e pedagógico. Em pauta ainda, a Avaliação de Desempenho e a Recuperação Intensiva de fim de ano.


A ESTRUTURAÇÃO DEFINITIVA E AS GRANDES GREVES (1982-1988)

Uma ata de julho de 1982 acusa o número de 121 associados na entidade. Tendo em vista as constantes críticas ao Planejamento Escolar como linha de trabalho na Escola, a UDEMO, junto com outras Entidades do Magistério (inclusive da Prefeitura da cidade de São Paulo), elabora uma "Proposta das Entidades do Magistério para a Semana do Planejamento Escolar." Esta proposta enfatiza a necessidade de mudança no sistema escolar, através de ações no campo político, pedagógico e social. Acontece também em 1982 o 1° Congresso Estadual de Educação organizado pelas Entidades do Magistério do Estado de São Paulo, e precedida por um ciclo de debates. As pressões das entidades do magistério, e a proximidade do fim do mandato do governo, levam finalmente à realização dos concursos públicos para professores e especialistas. Outro movimento que iria concentrar as atenções das entidades seria a Campanha Unificada do Magistério. Alguns itens desta campanha: INPC integral no reajuste mais 15% de perdas; reajuste semestral, regulamentação da hora-atividade; contagem do tempo em dias corridos; mais verbas para a Educação; valorização da tabela de referências. Como luta, este movimento teria méritos; como conquistas, quase nada seria obtido.

O ano de 1983 inicia-se com um pouco mais de otimismo, dada à mudança de governo (inicia-se nesse ano o Governo Montoro, que irá até 1986). Otimismo este que inclusive levaria vários membros da diretoria da UDEMO a se afastar junto à Secretaria da Educação. Porém o Secretário da Educação (Paulo de Tarso Santos), apesar de apoiado por membros da entidade, mostra-se desde logo antipático aos diretores e assistentes, hoje vice-diretores, desencadeando uma guerra psicológica entre professores e diretores e entre as entidades do Magistério. Para tanto, o Secretário usava um Jornal Especial da Educação, o "Educação Democrática", cuja finalidade, segundo o editorial do primeiro número seria, "evitar o isolamento das escolas e... denunciar o autoritarismo dos diretores". "A imagem que o Secretário tem do diretor de escola é a pior possível, ao contrário do ex- Secretário José Bonifácio", afirma um colega em ata de assembléia. Desta forma, iria aparecer em quase todas as atas de reuniões da entidade, a "estranheza pelo fato de membros da diretoria da UDEMO continuarem afastados na Secretaria de Educação, em cargos de confiança". "O problema de relacionamento com a Secretaria da Educação agrava-se quando os diretores passam a sentir dificuldade em dialogar com o Secretário", ao contrário do que ocorre com os professores, pais e alunos. Acusados sistematicamente de autoritários, os diretores não têm chance de se defender. Começa então um novo trabalho da entidade, de crescimento e fortalecimento da UDEMO em defesa dos diretores e assistentes. Todos os espaços teriam que ser ocupados. A UDEMO promove debates sobre Autoridade e Autoritarismo, inclusive publicando um artigo com esse título no jornal "Educação Democrática". As entidades se mobilizam. Esta mobilização iria culminar com um "Fórum de Educação", que seria instalado ainda neste ano ("SP 2000"). A campanha unificada do funcionalismo é retomada. Insiste-se na semestralidade para o reajuste dos salários, e pleiteiam-se índices superiores à inflação. Denuncia-se a política de arrocho salarial do Estado e o não cumprimento das promessas feitas à época das eleições. Nesse fórum, surge o "Documento 1" que viria a ser motivo de muitas críticas (o resultado das discussões não seria acatado; as propostas não seriam consideradas).

Ainda nas pautas de discussões e protestos aparece a Conesp (com sua "inércia e inoperância"), a APM (problemas de arrecadação de verbas), o fim da licença-prêmio, e a Avaliação de Desempenho.

Documentos da UDEMO, da época, registram uma preocupação com o elevado número de licenças-saúde na Educação. Um projeto de Lei, do deputado Paulo Frateschi, propõe a transformação do Conselho de Escola de Consultivo em Deliberativo, com nova constituição. Esta constituição prejudicava a participação dos pais e dos alunos, tirava o diretor da presidência do conselho e favorecia os professores. O Projeto acabou não sendo aprovado na sua redação original.

1984 é um ano de intensa atividade da UDEMO, e do Magistério em geral. A luta pela valorização dos cargos de diretor e assistente, pela hierarquia salarial, pelo aumento da verba de transporte e pela reforma do Estatuto da Entidade ocupam metade do tempo da UDEMO. A outra metade seria ocupada com a Campanha Salarial Conjunta, do Magistério e do Funcionalismo. Neste ano, também, a UDEMO conseguiria, finalmente a implantação do desconto em folha para os associados (em julho a Entidade atingiria 530 associados). Publicações da entidade, deste ano, revelam a existência de representações em 74 Delegacias de Ensino (atuais Diretorias de Ensino) espalhadas por todo o Estado (Capital, Grande São Paulo, Interior e Litoral). Um posicionamento do Secretário da Educação (Paulo de Tarso) coloca em risco a livre indicação do assistente pelo diretor (tentando remeter a indicação aos professores). A UDEMO iria se mobilizar contra o Secretário. 1984 é ainda o ano da grande greve do Magistério, que chegou a reunir, em Assembléia, mais de 100 mil professores. Essa greve provocaria a demissão do Secretário da Educação, Paulo de Tarso, assumindo então a Secretaria o prof. Paulo Renato Costa Souza. A pauta de reivindicações das entidades da educação era única, com os seguintes itens: 5 referências para todo o magistério (cada referência significava 5% de aumento); 70% de reajuste salarial; incorporação da jornada em 36 meses; contagem de tempo em dias corridos para todos os fins. Apenas o primeiro e o último itens seriam atendidos.

1985 foi, até então, o ano de maior número de reuniões, debates e assembléias na história da UDEMO. Foi também o ano de maior expansão da entidade, com a criação de várias regionais e implantação de representações em todas as Delegacias de Ensino (atuais Diretorias de Ensino). Precedendo a criação e expansão das regionais, a UDEMO realiza a 1ª Reunião de Representantes do Estado de São Paulo. A partir de uma entidade maior e mais representativa, retomam-se as lutas históricas da UDEMO: valorização dos cargos de diretor e assistente (atual vice-diretor); hierarquia salarial; módulo escolar; modelo pedagógico; etc. Estes itens, e outros mais, seriam amplamente debatidos e ratificados no III Congresso Estadual de Diretores e Assistentes (realizado no SESC Campestre, na capital). Inicia-se, também neste ano, no âmbito do funcionalismo, a luta pela trimestralidade nos reajustes salariais, que seria encampada pelo magistério. Não se pode esquecer que, naquela época, a inflação era muito alta. Como tônica da campanha salarial deste ano aparecem os itens: 47,7% de reajuste salarial (trimestral);e 30% de gratificação pela função (diretor e assistente). Surge novamente a polêmica com relação ao Assistente de Diretor. Novo projeto de lei tenta retirar a indicação, mais uma vez, do assistente pelo diretor. A UDEMO se mobiliza também junto à nova Assembléia Nacional Constituinte, realizando o Debate "Constituinte e Educação". Mobiliza-se ainda pelo projeto de criação de novos cargos de diretor de escola, conseguindo até mesmo dois ingressos de diretor num mesmo ano. A UDEMO participa da Campanha Salarial do Funcionalismo Público, fazendo parte do grupo de trabalhos que ficaria conhecido com o "Grupo dos 19" (eram dezenove dirigentes que representavam o conjunto do funcionalismo público estadual). A campanha, porém, que iria ocupar mais a entidade, seria a da Reforma do Estatuto do Magistério. Esta campanha seria iniciada formalmente no dia 4 de junho, e só encerraria em dezembro, com a votação do projeto na Assembléia Legislativa (L.C 444/85). Foram várias reuniões na Secretária da Educação, muitas assembléias, entendimentos e desentendimentos. Como todo o Magistério mantinha uma grande expectativa com relação a este novo Estatuto - expectativa esta ratificada no Plenário das Entidades do Magistério - o primeiro documento que a Secretaria da Educação elabora decepciona a todos. A partir deste primeiro documento, a luta iria se acentuar até a aprovação do texto final. Apesar de considerar o novo Estatuto um pequeno avanço, a UDEMO não o aprovou porque alguns itens considerados inegociáveis não foram atendidos: 50% de horas-atividade na escola; fim da discriminação salarial do assistente; livre indicação do assistente; revisão dos mecanismos de afastamentos. A UDEMO teria ainda de lutar contra dois projetos: o Calendário Alternativo e as Matrículas Escolares nas SABs (Sociedades Amigos de Bairro) na área da Grande São Paulo (COGSP). Sob forte pressão das entidades, o Calendário Alternativo tornar-se-ia opcional para as escolas. A Secretaria da Educação não alteraria, porém, sua posição com relação às matriculas nas SABs. Esse processo seria mais um complicador na estrutura burocrática da Secretaria da Educação e sua ineficácia seria reconhecida, logo depois, pela própria Coordenadoria de Ensino da Grande São Paulo. Ao fechar o ano, a UDEMO já contava com 3.300 sócios e 45 regionais instaladas.

No ano de 1986, O Diretor, jornal de divulgação da entidade, passa a ter circulação bimestral. Já no seu primeiro número, alguns assuntos voltam a ser destaque: os péssimos salários do funcionalismo, o diretor enquanto agente de Educação, a perseguição política a diretores, os avanços e recuos do Estatuto do Magistério, a alteração da jornada do PI (atual PEB-I). A UDEMO visitaria uma unidade do CIEP (Centro Integrado de Educação Popular) no Rio de Janeiro, projeto então recém implantado. Da mesma forma, visita uma escola Japonesa - Escola da Sociedade Japonesa de Educação e Cultura no Brasil - escrevendo artigos sobre esses modelos. O assassinato de dois estudantes, em Guarulhos, reacende o debate sobre segurança, desencadeando um movimento pelo policiamento especializado nas escolas. O Jornal O Diretor começa a publicar os convênios da UDEMO com profissionais da saúde. A edição de julho de 1986 (ano I, n° 2) traz a relação de onze convênios. Esse mesmo número traz uma chamada para a constituição de um Núcleo de Ativação de Experiências Educacionais na UDEMO, que deveria ser um "canal para divulgação de experiências educacionais de professor, diretor e comunidade escolar".

Nesse ano, ainda, um plano econômico iria concentrar a atenção de todos: o Plano Cruzado. Criticado por todo o Magistério e funcionalismo, esse plano iria "fazer água", logo em seguida. Em novembro, começa uma discussão na entidade, que iria se prolongar por muito tempo, sobre as greves na categoria, a necessidade de acatar as decisões das instâncias da UDEMO, a preocupação com a representatividade (já havia o "voto em ata" para os colegas do interior), os riscos das Assembléias Gerais Conjuntas (do magistério e do funcionalismo) e "os interesses político-partidários de algumas entidades da educação".

Edição Especial do Jornal O Diretor traz o 4° Congresso Estadual de Diretores e Assistentes, com o tema "A Escola Pública Tem Que Mudar". Esse Congresso ocorreu na sede central do CPP (Centro do Professorado Paulista), na Liberdade, entre os dias 15 e 17 de outubro, tendo como sub-temas "Eleição e Constituinte" e "O Diretor e o Assistente no Sistema".

A edição de O Diretor de novembro (Ano I, n° 3) festeja o alcance da marca dos 5.000 associados. Pela primeira vez, uma escola técnica é manchete do jornal da UDEMO - Escola Industrial de Botucatu, à época dirigida pelo prof. Reginaldo Piozzi - centro de excelência na região. Em ofício enviado ao Governador do Estado, Dr. André Franco Montoro, a UDEMO manifesta seu descontentamento com o Decreto n° 26.117/86, que coloca à disposição da Justiça Eleitoral funcionários, servidores e dependências de prédios de unidades escolares da rede estadual.

Também nesse ano, a UDEMO inova, encaminhando proposta de afastamento de membros da diretoria, não apenas na Central, mas em regionais do interior. Esses colegas, no ano seguinte (1987), ficariam encarregados de fazer expandir a entidade nas suas regiões, o que efetivamente ocorreu.
Data também dessa época a instalação do departamento jurídico da entidade para defender seus associados.

Em 1987, a UDEMO, pela primeira vez, sistematiza e publica suas reivindicações em dois grandes blocos: reivindicações de nível profissional (com 18 itens) e reivindicações de nível burocrático, administrativo e pedagógico (com 30 itens). Esses dois grandes blocos iriam uniformizar e orientar o trabalho da entidade (Central e Regionais) durante todo o ano.

1987 foi um ano bastante agitado na UDEMO, pois além das suas reivindicações específicas, a entidade estaria envolvida na campanha pela Gratificação de Função, pela manutenção do Gatilho Salarial e pela educação na Constituinte.

O então Governador, Orestes Quércia, negou-se a aplicar o gatilho salarial aos salários dos funcionários públicos, criando um atrito com o funcionalismo, com o Supremo Tribunal Federal e a Assembléia Legislativa de São Paulo. Nesse ano, o Magistério conheceria uma de suas mais acirradas greves, uma intensa campanha de mobilização que iria se dividir entre São Paulo e Brasília. Ao final desse movimento, o Governador seria vencido, sendo obrigado a recuar de sua posição inicial, por decisão do Supremo (que mandou pagar o gatilho até o julgamento do mérito da ação), por pressão da Assembléia Legislativa e para pôr fim à greve do Magistério.

Quanto aos trabalhos da Constituinte, a UDEMO conseguiria participar da reunião da subcomissão de Educação, Cultura e Desportos, em Brasília, apresentando e defendendo suas reivindicações, um elenco de 18 itens em defesa da Escola Pública.

Ainda nesse ano, a UDEMO iria inaugurar os seus Encontros Regionais, que deveriam preceder os Congressos Estaduais. Eles aconteceriam nas cidades (e regiões) de Fernandópolis, Campinas, Ribeirão Preto, Bauru, São Paulo e Grande São Paulo, Presidente Prudente, Marília, Taubaté e Araçatuba. De parte do governo, um projeto bastante polêmico seria posto em prática, na Secretaria da Educação: o PROFIC (Programa de Formação Integral da Criança) que visava "tirar as crianças do contato negativo das ruas", fazendo-os permanecer por mais tempo nas escolas. Algumas unidades foram escolhidas para a implantação do que pretendia ser, no Estado, uma escola de tempo integral. O Fórum Estadual de Debates e o 5° Congresso Anual teriam como temas: "Propostas para a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Municipalização do Ensino e Direito de Sindicalização do Funcionalismo".

Em meados de 1987, num Fórum de Especialistas de Educação realizado em Bauru, foi criada a Federação de Especialistas de Educação do Estado de São Paulo, unindo a UDEMO, a APASE (entidade dos supervisores) e a AOESP (entidade dos coordenadores pedagógicos e orientadores educacionais).


FÓRUNS E CONGRESSOS DEFINEM A LINHA DE ATUAÇÃO DO AGORA SINDICATO DE ESPECIALISTAS (1987 - 1995)

O ano de 1988 começa com uma proposta da Secretaria da Educação de reestruturação das carreiras do magistério, alterando o Estatuto do Magistério. A UDEMO alerta seus associados para o fato de que essas alterações, historicamente, têm sido ruins para os profissionais da educação.

O colapso do atendimento médico ao servidor (IAMSPE) é tema de debates e cartas ao governador. A UDEMO participa, em abril desse ano, de um debate sobre a escola pública brasileira em Nova Orleans, nos EUA, a convite da Universidade Thulane. Participa, ainda, da Conferência Brasileira de Educação, em Belo Horizonte, com o tema "Entidades do Magistério". Os resquícios da grande greve de 1987 terão conseqüências no ano de 1988, pois o então Governador, Orestes Quércia, manda instaurar processo administrativo e processo-crime contra vários diretores e professores. Defendidos pelo departamento jurídico dos seus sindicatos, esses profissionais seriam, no final, absolvidos naqueles processos. Ainda nesse ano, intensifica-se a mobilização pela trimestralidade nos reajustes dos salários do funcionalismo (já que a inflação crescia muito, mês a mês).

Em maio, a UDEMO realiza o seu 6° Congresso Estadual de Educação, em Bertioga, com um temário voltado para a nova Lei de Diretrizes e Bases. Os outros temas seriam: reforma administrativa, municipalização, PROMDEPAR (Decreto n° 27.265/87 e Resolução n° 265/87). O PROMDEPAR era o Programa de Municipalização e Descentralização do Pessoal de Apoio Administrativo das Escolas de Rede Pública Estadual. Esse programa visava à contratação de pessoal de apoio administrativo - escriturários, serventes e inspetores de alunos - diretamente pelas escolas.

Destaque especial, nesse ano, seria a proposta de elaboração de uma Campanha pela Valorização da Direção da Escola que teria ampla repercussão estadual e serviria de base para movimentos futuros. Ainda nesse ano, um parecer da Consultoria Jurídica do Governo (n° 1.054/88), no Processo DRHU n° 1588/88, afirmava que os especialistas de educação tinham direito à aposentadoria especial (aos 25 e 30 anos de serviço, mulher e homem).

O ano de 1989 começa com dois eventos de grande porte: o lançamento oficial da Campanha pela Valorização da Direção da Escola e o Curso de Administração Escolar na França. A campanha pela valorização visava resgatar o papel do diretor de escola, consciente do seu papel pedagógico e administrativo. À época, o Secretário da Educação, Chopin Tavares de Lima, elogiou a Campanha e enviou mensagem aos Delegados de Ensino, afirmando que "o Diretor é o dono da casa. Quando a escola é boa é porque o diretor é bom". Ao lado das atribuições da direção, o texto da campanha trazia 23 tópicos como princípios para um bom trabalho na escola, enfatizando a parte pedagógica, o trabalho com a comunidade e a responsabilidade social. Datam dessa época o cartaz e o selo com a inscrição "Sem Direção Não Dá". Com relação ao Curso de Administração Escolar na França, o mesmo aconteceu entre os dias 9 e 20 de janeiro, em Sevres, com a participação de 25 associados da UDEMO. Esse curso surgiu de uma parceria da UDEMO com o Consulado da França e foi patrocinado pelo governo francês. Da mesma forma como havia feito com a Constituinte Nacional, no ano anterior, a UDEMO, neste ano, participaria dos trabalhos da Constituinte Estadual, levando suas propostas sobre educação, servidores e administração pública. Data também desse ano o crescimento e a expansão do departamento jurídico da UDEMO, inclusive com a propositura das primeiras grandes ações coletivas. Na Constituinte Estadual, a luta maior ficou por conta de dois tópicos: eleição para diretor de escola e fim da aposentadoria especial para especialistas. A mobilização da entidade, porém, iria impedir a aprovação dessas duas propostas. Nesse ano foi criada a Comissão dos Aposentados da UDEMO, para a qual pedia-se a eleição de um representante por região. A Comissão Processante, instalada no ano anterior, continua aterrorizando professores e diretores, sendo alvo de um movimento estadual das entidades do magistério. Em agosto, aconteceu o Fórum do Magistério sobre a LDB, no qual a UDEMO participaria com representações de todo o Estado.

Em outubro, a UDEMO realiza seu Fórum Estadual de Educação, na Colônia da CESP, em Ibitinga. Também nessa época, a UDEMO adquire a sua segunda sede, na Rua Major Sertório, n° 349. Essa sede não chegou a ser ocupada, tendo sido posteriormente negociada para a aquisição da atual sede, na Av. Ipiranga. A mais longa das greves, até então, aconteceu nesse ano: foram 82 dias de paralisação (de 19/04 a 07/07), onde a UDEMO contabilizou 14 assembléias próprias, 14 assembléias (conjuntas) do magistério, 12 plenárias do funcionalismo, 12 audiências com a Secretaria da Educação, 29 reuniões com o Secretário da Administração (Alberto Goldman) e 4 com o Governador do Estado (Orestes Quércia). Ainda neste ano, houve várias reuniões entre as diretorias da UDEMO e da APASE (Supervisores de Ensino) numa tentativa de unificação das duas entidades e criação de um único sindicato de especialistas de educação. Esse projeto não se concretizou.

1990 já começou com um forte protesto contra a situação salarial do magistério. Uma circular de fevereiro desse ano denuncia a precária situação financeira dos profissionais da Educação. Uma nova campanha salarial é deflagrada, com o envio de correspondências para as bases, para o Secretário da Educação, Folha de São Paulo, Deputados Estaduais. O projeto da nova Lei de Diretrizes e Bases continua em discussão no Congresso Nacional, agora já na forma de substitutivo. Em maio, a UDEMO realiza seu 6° Congresso Estadual, no SESC Bertioga, tendo como tema central: Escola Pública de Qualidade. Antes, a UDEMO participaria, em Piracicaba, do 2° Fórum do Ensino Técnico do Estado de São Paulo. Já no 6° Congresso, iria surgir uma polêmica a respeito de um artigo da LDB que excluía os gastos com os inativos dos percentuais mínimos para a educação. O objetivo do projeto era levar mais recursos para essa área, mas o que se alardeou, erradamente, era que "os aposentados sairiam do quadro do magistério". Essa discussão iria prosseguir por cerca de dez anos. Em audiência com o Governador do Estado, Orestes Quércia, nos dias 13 e 17 de julho, a UDEMO conseguiria ver atendidas algumas de suas reivindicações históricas: Descentralização e Reestruturação Administrativa, Edital de Concursos para preenchimento do módulo do pessoal de apoio (com o fim do PROMDEPAR), criação de 1.500 cargos de diretor de escola, fixação da verba de transporte em 10% (dez por cento) da referência inicial do diretor, Decreto concedendo Recesso Coletivo nas férias de julho e no fim do ano (Decreto n° 31.875/90).

O tema da Municipalização volta à tona, com o Decreto n° 32.932/90, que passava para os municípios escolas da rede pública estadual, ficando as prefeituras encarregadas de alocar recursos humanos e materiais para as mesmas. Novamente mobiliza-se a UDEMO e toda a rede, contra esse Decreto. As regionais da UDEMO foram orientadas a participarem das reuniões dos Conselhos Municipais de Educação, Câmaras Municipais e Sociedades de Bairros, combatendo aquela proposta. O Ministério da Educação anuncia a ampliação do ano letivo de 180 para 200 dias , causando grande polêmica na rede. A falta de segurança nas escolas é tema dos periódicos da UDEMO. Em campanha para o Palácio dos Bandeirantes, o então secretário da Segurança, Antonio Fleury Filho, em reunião com a diretoria da UDEMO, afirmaria: "Quércia foi o Governador das Estradas. Eu prometo ser o Governador do Ensino Público e da Saúde". Também em 1990, a UDEMO obtém a sua carta sindical, tornando-se, então, o Sindicato de Especialistas de Educação do Magistério Oficial do Estado de São Paulo. Essa mudança, de entidade para sindicato, foi aprovada em assembléia, no dia 25 de junho de 1990.

Em janeiro de 1991, a UDEMO adquiriu sua nova sede, na Avenida Ipiranga, n° 318, 7° andar. O periódico da época lembra que "a UDEMO teve como primeira sede própria uma sala na Rua Cesário Motta Jr, n° 369, com 33m2, passando depois para outra de 180 m2, na Rua Major Sertório, n° 200, e estando agora instalada num conjunto de 420 m2 de área construída". Um tema político desse ano seria a reforma administrativa da Secretaria da Educação. Toda vez que se falava em reforma administrativa, a extinção das DREs (Divisões Regionais de Ensino) estava em pauta. Além das lutas tradicionais, o departamento jurídico da UDEMO, neste ano, teria mais uma, inédita e diferente: ação para desbloquear os cruzados novos das contas das APMs. O bloqueio das contas bancárias com saldo superior a CZN 50.000,00 havia sido determinado pelo então presidente Fernando Collor.

Datam também desse ano os grandes Convênios de Saúde (AMIL e UNIMED) e os primeiros convênios de lazer, firmados com o SESC Bertioga. O Jornal O Diretor estréia, em maio de 1991, a coluna do departamento de Supervisores de Ensino, chamando a atenção para a necessidade de um trabalho conjunto, direção e supervisão. Estréia, ainda, a coluna dos aposentados, com uma chamada para a participação dos mesmos nos trabalhos da entidade. Uma desastrosa declaração do Ministro da Educação, Carlos Chiarelli, seria destaque nos periódicos das entidades do magistério: "o aluno finge que estuda, o professor finge que ensina e nós fingimos que o pagamos". O Governador do Estado (Luís Antonio Fleury Filho) cria, na Secretaria da Educação, um Núcleo de Gestão Estratégica (NGE), formado por "pessoas de renome no cenário da educação paulista", com o objetivo de propor soluções para os problemas da educação, no estado de São Paulo. Esse projeto foi duramente criticado pelas entidades do magistério, no início, por não ter, dentre os seus 33 membros, profissionais de base e dos sindicatos. Posteriormente, por pressão das entidades, o núcleo teria também a participação de 35 representantes da base do magistério. A UDEMO cria, nesse ano, novos departamentos (seguros, lazer e turismo), dado o crescimento da entidade e as exigências dos associados. O jornal O Diretor, de junho, traz como destaques: IAMSPE - vergonha Estadual e Salários: vergonha nacional. Outros destaques são a criação dos 1.500 cargos de assistente de diretor e o fechamento das escolas no recesso escolar, com base no Decreto n° 31.875/90. Por sugestão da UDEMO, o deputado estadual Clemente Almeida (PSDB) encaminha projeto de lei à Assembléia Legislativa propondo a revogação da "lei do uniforme" e deixando a questão (sua exigência ou não) para decisão do Conselho, em cada escola. Esse projeto não vingou. No mês de setembro, a UDEMO iria conseguir um feito inédito: colocar numa audiência com o Secretário da Educação (na época, Fernando Morais), cerca de 500 diretores e assistentes. Na ocasião, foi-lhe entregue uma "Carta Aberta ao Secretário e ao Governador', denunciando os baixos salários do magistério, a precariedade das condições de trabalho e a necessidade de valorizar mais a direção da escola. Esse foi também um ano de grande mobilização em torno da votação das emendas à LDB (Lei de Diretrizes e Bases), alteração no estatuto da UDEMO, passando o mandato da diretoria executiva central de dois para três anos. Em outubro, aconteceria o 3° Fórum Estadual de Educação, no SESC Bertioga, com um temário bastante variado: "Escola Pública: financiamento, burocracia, integração, violência e depredação". Na Assembléia Legislativa, seria apreciado um projeto de lei instituindo a eleição para diretor de escola. Depois de muita pressão, a Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia iria se manifestar pela inconstitucionalidade desse projeto, após o que o mesmo seria arquivado. Outro projeto, agora do governo, que iria ocupar a atenção, nesse ano e no próximo, seria o das "Escolas-Padrão", projeto que começaria com 311 escolas do Estado.

O jornal de abril de 1992 traria como manchete algumas vitórias da UDEMO: verba de transporte para o diretor de escola, gratificação de função, ingresso de diretores, concurso de supervisores. A verba de transporte, conquista de 1990, sofreria alguns revezes até o ano de 1992, quando então seria, finalmente, regulamentada e paga em holerite. A gratificação de local de exercício seria estendida aos diretores e assistentes (antes era apenas para os professores). Um projeto de lei complementar, em tramitação na Assembléia Legislativa, criava a figura do Vice-Diretor, extinguindo os cargos e retirando os direitos dos assistentes de diretor. A UDEMO conseguiria uma grande mobilização dos seus associados contra esse projeto, que, apesar de estar em regime de urgência, seria retirado da pauta para posterior discussão com as entidades do magistério. Em maio, a UDEMO realiza o seu 4° Fórum Estadual de Educação e Encontro de Lazer, no SESC Bertioga, com o tema central: "Diretor: o Administrador Educador". A partir desse ano, passaria a ser tradição nos eventos da UDEMO o esquema de lazer como integração (lazer dirigido), com a participação de todos os inscritos. Ainda nesse ano, em maio, a UDEMO participa do 2° Congresso Estadual Paulista sobre a Formação de Educadores, da UNESP, em Águas de São Pedro. Nos dias 4 e 5 de junho, as entidades do magistério (UDEMO, APASE, APEOESP e CPP) lideraram um movimento de paralisação que conseguiu a adesão de 80% do magistério, para protestar contras os baixos salários e as condições de trabalho nas escolas. Data dessa época uma experiência inédita nas mobilizações do magistério: as paralisações curtas, por tempo determinado, contrapondo-se às greves por tempo indeterminado. Essa nova estratégia de luta nasceu de uma idéia da UDEMO, como alternativa para os longos e desgastantes períodos de greve. Um despacho normativo do governador, de 26 de junho, manda pagar a "sexta-parte" aos servidores públicos aposentados, uma luta histórica das entidades. Também, pela primeira vez, e numa parceria que iria durar por muitos anos, a UDEMO participa da Comissão Organizadora do 6° Simpósio Nipo-Brasileiro de Educação, que aconteceria no mês de agosto, no Hotel Maksoud Plaza. Continuam em debate as propostas para reforma administrativa e reestruturação das delegacias de ensino (atuais diretorias de ensino). O jornal O Diretor do mês de outubro traz como manchete a renúncia do presidente Collor.

A UDEMO continua insistindo junto à Secretaria da Educação para que os especialistas tenham cursos periódicos de capacitação. Como vitória, nesse ano os diretores ingressantes receberiam um treinamento de 4 dias, dado em conjunto pela FDE, DRHU e UDEMO. A UDEMO realizaria uma pesquisa junto às recém-implantadas Escolas-Padrão, levantando os seus pontos positivos e negativos. Em outubro, a UDEMO iria realizar o seu 7° Congresso Estadual de Educação, em Águas de Lindóia, com o tema-central: "Escola, Educação e Cidadania". Pela primeira vez, aparece no Congresso uma tese sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, um trabalho em que a UDEMO seria a pioneira e que, posteriormente, serviria de material de treinamento e capacitação para os seus associados. Ainda nesse ano, ofício da UDEMO ao Governador do Estado (Fleury Filho) tece comentários sobre a inconveniência de não pagar os dias de trabalho em que os professores estiveram em greve. Em novembro, a UDEMO participaria do 7° Simpósio Nipo-Brasileiro de Educação, em Kobe, Japão. Em editorial do jornal O Diretor, de dezembro, a UDEMO expressa sua preocupação com a precária assiduidade dos professores, nas escolas públicas da rede estadual.

No ano de 1993, o projeto Escola-Padrão iria ocupar grande espaço nas discussões e publicações da UDEMO. O jornal O Diretor, de fevereiro, é totalmente dedicado a esse projeto, trazendo como manchete o título: "Subsídios para o Trabalho nas novas Escolas-Padrão". Outro tema polêmico foi a Resolução SE 244/93, que passou o ano letivo de 180 para 200 dias (no mínimo). Em maio, a UDEMO participa do Encontro Preparatório para a formação da União Latino Americana de Mulheres (ULAM), uma reunião conjunta do Parlamento Latino Americano e Parlamento Europeu, em São Paulo. O jornal O Diretor, de junho, traz, mais uma vez, uma crítica ao sistema de gratificações para os especialistas. Na verdade, a UDEMO, desde 1986, já vinha vendo com reservas as políticas de gratificações, pois excluía os aposentados e não eram incorporadas no salário. Uma pesquisa realizada pela UDEMO, junto às suas regionais, mostra que havia muitos professores não-habilitados na rede, faltavam funcionários nas escolas, as escolas agrupadas não recebiam verbas de transporte. Mais uma vez, a UDEMO esclarece os seus associados de que eles podem e devem dar entrevistas para a imprensa, por ser esse um direito constitucional. Numa reunião na Secretaria da Educação, a UDEMO propôs a criação de um 14° salário asssiduidade, como prêmio e na tentativa de diminuir o número de faltas dos professores. Ainda em maio, a UDEMO realiza o seu 5° Fórum Estadual de Educação, em Águas de Lindóia, com o tema central: "O Perfil de um Novo Sindicalismo e uma Nova Concepção da Escola Pública". Também em maio, a UDEMO participaria do 3° Congresso Estadual Paulista sobre Formação de Educadores, em Águas de São Pedro, organizado por universidades paulistas, sob a coordenação da UNESP. Em nota oficial, o departamento jurídico da entidade faz um balanço de suas atividades, chegando a um número de 1788 ações e uma média mensal de 300 consultas. Um balanço parcial da diretoria destaca, apenas no primeiro semestre, a participação em 160 reuniões. Ofício da UDEMO ao Governador do Estado mostra o descontentamento com o atendimento no IAMSPE e com os erros da Fazenda no pagamento dos professores. Em setembro, seria deflagrada nova greve no magistério, por melhores salários e condições de trabalho. Essa greve iria se prolongar por 79 dias (a segunda mais longa do magistério; a primeira foi em 1989, com 82 dias de paralisação), inviabilizando a realização do Congresso Estadual da UDEMO e deixando lembranças amargas no Magistério: foram muitas assembléias e passeatas, houve momentos de tensão (desocupação forçada da Secretaria da Educação) e ação truculenta da tropa de choque da Polícia Militar. O número de convênios da UDEMO cresce a cada ano. Na mesma proporção, cresce também o número de especialistas aposentados, de acordo com publicações da UDEMO.

No início de 1994, a nova diretoria eleita, em reunião ampliada (que contava com membros do Conselho Deliberativo), no Clube de Golfe, em Itu (SP), iria criar os "Escritórios Regionais", como "extensões da Diretoria Executiva e instâncias de coordenação e agrupamento das Regionais da UDEMO". Ainda em caráter experimental, decidiu-se pelas seguintes regiões, como as primeiras a serem contempladas com escritórios regionais: Campinas (instalado apenas em 03/05/01), São José do Rio Preto (instalado em 20/12/94), Araçatuba (instalado em 07/07/01), Marília (instalado em 08/07/94), Bauru (instalado em 04/10/99), Ribeirão Preto (instalado em 06/08/94), São Carlos (instalado em 15/09/94), Sorocaba (instalado em 05/04/94), Jundiaí (instalado em 30/06/99) e Santo André (instalado em 25/06/94). Posteriormente, seriam implantados escritórios em Votuporanga (em 30/03/01), Presidente Prudente (em 1°/05/00) e Baixada Santista (em 25/04/02). O ano editorial de 1994 inicia-se com uma publicação da UDEMO, no jornal O Diretor, sobre "O Papel da Direção no Planejamento". Nesse mesmo número, dá-se destaque para a importância do Conselho de Escola, o Estatuto da Criança e do Adolescente e a revisão constitucional. A UDEMO iria engajar-se, nesse ano, na campanha "Nenhuma Criança Fora da Escola", de iniciativa de várias entidades ligadas à questão social no Brasil. Também nesse ano desenvolveu-se a campanha "A Educação no Centro das Atenções", que nasceu nas entidades do Magistério. Em fevereiro, a UDEMO reúne-se, em Brasília, com o Deputado Nelson Ishii, relator da revisão constitucional, a quem entrega documento com reivindicações e ponderações da categoria, dentre as quais, a manutenção da aposentadoria especial para os professores e especialistas de educação. Em março, a UDEMO iria adquirir mais um imóvel, para as reuniões do Conselho Deliberativo, no 1° andar do mesmo prédio onde está a sua sede central. Em maio, a UDEMO participa do 3° Congresso Estadual Paulista sobre a Formação de Educadores, promovido pela UNESP, em Águas de São Pedro (SP). Ainda em maio, a UDEMO realiza o 6° Fórum Estadual de Educação, em Águas de Lindóia, com o tema: "Direção de Escola e Gerenciamento da Educação". Nesse ano, em reuniões de diretoria, fica clara a necessidade de a UDEMO oferecer um atendimento mais personalizado aos seus associados, nas questões de legislação. Daí para frente, a UDEMO sempre teria uma pessoa especializada, da diretoria, ou contratada, para atender os associados, por telefone ou pessoalmente, em questões de legislação. Nesse ano, ainda, intensifica-se o movimento dos aposentados, na UDEMO, por melhorias salariais. Além das reuniões na Assembléia Legislativa, o grupo de aposentados envia ofícios ao Governador, solicitando extensão das vantagens até então concedidas somente aos ativos. Ainda nesse ano, a UDEMO propõe à Secretaria da Educação uma alteração radical nos concursos para diretor de escola. Pela proposta, o concurso deveria ter três fases: a primeira seria uma prova objetiva, eliminatória; a segunda seria um curso integral de formação e treinamento, por três meses; a terceira seria uma prova dissertativa e uma avaliação psico-pedagógica do candidato. O RDPE (Regime de Dedicação Plena e Exclusiva), instituto da Escola-Padrão e que tem conseqüências salariais, constitui o "pomo da discórdia" na educação. A UDEMO, então, defende a sua extensão a todos os especialistas, mesmo àqueles fora da escola-padrão.

Já nessa época, a UDEMO alerta para um problema na rede, que é a aula aos sábados. Passando o ano de 180 para 200 dias letivos (Res. SE 244/93), algumas escolas começaram a ter aulas nos sábados, o que acabava gerando descontentamento entre os professores. Neste ano, é retomada a campanha pela valorização da Direção, com o slogan "Sem Direção Não Dá". É lançada, também, a Campanha pela Valorização dos Aposentados da Educação, com o slogan "Aposentado: Você ainda será um. Pense nisso". Em julho, uma delegação da UDEMO, composta de 12 pessoas, viaja para o Japão, a convite do Sindicato dos Professores da Província de Hyogo. Em setembro, a UDEMO organiza uma manifestação dos aposentados na Praça da República. Ainda em setembro, a UDEMO lança a primeira edição do periódico O Diretor, em cores. Destaques dessa edição: campanha pela valorização da direção da escola, campanha pela valorização dos aposentados da educação, IAMSPE, IPESP, situação das escolas públicas. Em outubro, a UDEMO realiza o 8° Congresso Estadual de Educação, no SESC Bertioga, com o tema-central: "Administração Escolar: Ética e Profissionalismo". Datam ainda desse ano algumas polêmicas na entidade e na rede: o Ensino Religioso nas Escolas Estaduais, a falta de professores na rede, o sistema modular de ensino. Em dezembro, a UDEMO reúne-se com a Secretária da Educação (Rose Neubauer), a quem entrega uma Pauta Básica de Reivindicações, com 5 grandes itens e 36 sub-itens, englobando toda a questão salarial, funcional, administrativa e pedagógica da escola.


AS LUTAS CONTRA O ARROCHO SALARIAL (1995 - 2002)

Em fevereiro de 1995, aparece o primeiro periódico da UDEMO dedicado ao planejamento nas escolas. Embrião do futuro Jornal do Projeto Pedagógico e da Revista do Projeto Pedagógico, esse boletim traria matérias específicas, tais como o papel do diretor no planejamento, o conselho de escola, experiências com o curso noturno. Novamente, os salários do magistério ocupam grande parte da pauta da entidade. Ainda em fevereiro, aconteceria o concurso de ingresso de diretor de escola. Em abril, uma greve mal sucedida, e da qual a UDEMO se retiraria por decisão de suas bases, iria trazer uma séria polêmica com a APEOESP (entidade dos professores). Duas edições especiais do Boletim da UDEMO sairiam exclusivamente com esta matéria. Ainda nesse ano, é criada a Comissão para estudos da reestruturação da Carreira do Magistério, e começariam as discussões a respeito desse assunto com as entidades do magistério, que viam no projeto uma chance de melhorar as condições salariais e de trabalho dos profissionais da educação. A UDEMO sempre viu com reservas essa proposta de alteração do Estatuto do Magistério. No final, esses estudos e discussões iriam culminar na Lei Complementar n° 836/97, que trouxe ainda mais prejuízos e problemas para o magistério. O 7° Fórum Estadual de Educação, realizado em maio, em Águas de Lindóia, discutiu o tema "Educação de Qualidade". Matéria publicada pelo jornal O Estado de São Paulo, no dia 13 de agosto, traz como manchete: "Procurador ganha por até 150 professores". Em setembro desse ano, aconteceria, em São Carlos, o 2° Encontro Estadual de Escolas Modulares, organizado pelo Escritório Regional da UDEMO. Continua a polêmica do Ensino Religioso nas escolas públicas e cada vez mais as entidades religiosas se mobilizam, tendo a seu favor o texto da Constituição Federal de 1988. Em outubro, a UDEMO realiza o seu 9° Congresso Estadual de Educação, em Águas de Lindóia, com o tema: "A Reforma do Ensino no Estado de São Paulo". Além dos temas apresentados, o evento teve a participação da Secretária da Educação (Rose Neubauer), falando sobre o projeto de reorganização da rede, separando as escolas de 1ª a 4ª, 5ª a 8ª séries e ensino médio, como forma de "especialização pedagógica das unidades de ensino". A UDEMO, desde o início, manifestou suas preocupações com esse projeto, que, à época, parecia ter caráter mais político do que pedagógico.Em novembro, aconteceria o 3° Seminário da UEBRAJA (União Educacional Brasil - Japão) entidade da qual a UDEMO passaria a fazer parte. Data também dessa época a primeira pesquisa oficial da UDEMO sobre Violência nas Escolas, da qual participaram 308 escolas públicas estaduais, representando todas as regiões do Estado de São Paulo. Matéria inserida no jornal O Diretor, informa a presença de um representante da UDEMO no Conselho Estadual de Educação (Chico Poli), na defesa dos interesses da escola pública e dos profissionais da educação. Ainda em novembro, realiza-se o 2° Seminário do IAMSPE, do qual a UDEMO participa e cujas conclusões não foram levadas adiante.

O jornal O Diretor, de fevereiro de 1996, traz, entre outras matérias, subsídios para o Planejamento nas Escolas. Data desse ano, a reforma administrativa da Secretaria da Educação, com a extinção das DREs (Divisões Regionais de Ensino) e a reestruturação da rede escolar, com a separação das escolas de 1ª à 4ª séries das demais de ensino fundamental e ensino médio. Essa reestruturação seria bastante polêmica e traria muitos problemas para o sistema, inclusive com fechamento de escolas, alteração de jornada de professores e migração e transferência de alunos. Essa reestruturação, na verdade, prepararia o caminho para a municipalização das escolas de 1ª a 4ª séries. No Congresso Nacional, volta à pauta a proposta de acabar com a aposentadoria especial do magistério. O número de convênios da UDEMO sobe para 200. Ainda em fevereiro, a UDEMO publica o documento "Punição de Alunos - Procedimentos", que viria a ser um parâmetro de procedimento para a direção da escola e que seria apreciado e aprovado até mesmo pelo Conselho Estadual de Educação. A falta de professores e a questão salarial continuam no centro das discussões, ao lado das críticas ao Governador Mário Covas, pelo não-pagamento dos precatórios do funcionalismo. A instituição e a execução do SARESP - Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo - gera problemas e polêmicas na rede. Em abril, a UDEMO participa do 4° Seminário da UEBRAJA - União Educacional Brasil-Japão, em São Paulo, com o tema "Qualidade na Educação". Em maio, a UDEMO participa do 4° Congresso Estadual Paulista sobre Formação de Educadores, da UNESP, em Águas de São Pedro. Ainda em maio, a UDEMO realizaria seu 8° Fórum Estadual de Educação, no SESC Bertioga, com o tema-central: "O Ambiente da Educação - Aspectos Variados". Também neste mês, é lançada a "Campanha pela Incorporação das Gratificações", que haviam crescido e se multiplicado bastante no Governo Covas. Em julho, a UDEMO lança uma edição especial do jornal O Diretor, dedicado ao "Replanejamento nas Escolas", tratando, dentre outros assuntos, do papel do diretor, conselho de escola e professor-coordenador. Nesse número, volta à tona a questão da municipalização do ensino. Outro projeto polêmico (e bastante criticado) desse ano seria a Avaliação de Desempenho do Funcionalismo Estadual. A política de indicação dos delegados de ensino (atuais Dirigentes Regionais) também é criticada, pois estabelecera-se que os mesmos seriam nomeados através de concurso de provas e títulos (mais a apresentação de um projeto de trabalho) e seriam avaliados a cada dois anos, por um Conselho. Na realidade e, ao contrário do que fora anunciado, os aspectos político-partidários iriam falar mais alto. Em agosto, a UDEMO participou do 9° Simpósio Nipo-Brasileiro de Educação, com o tema: "A Educação no Ano 2000". Ainda em agosto são retomadas as discussões sobre a Reestruturação da Carreira do Magistério. Em outubro, a UDEMO realiza o seu 10° Congresso Estadual de Educação, em Águas de Lindóia, com o tema-central: "Políticas Alternativas para a Educação Pública". Data também desse ano, a Emenda Constitucional n° 14/96, que prioriza o Ensino Fundamental dentro da Educação Básica, seguida pela Lei n° 9.424/96, que cria o FUNDEF - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério. Ainda em outubro, a UDEMO realiza a segunda pesquisa sobre violência, com as mesmas escolas que haviam participado da primeira (308 escolas). Constata que a violência havia aumentado em mais da metade das escolas pesquisadas. Em novembro de 1996, a UDEMO lança um Boletim Especial, com toda a legislação, procedimentos e modelos, para a criação, instalação e funcionamento dos Conselhos Municipais de Educação. No final de dezembro seria aprovada e publicada (dia 20) a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei n° 9.394/96.

Em fevereiro de 1997, é publicada a primeira edição do Jornal do Planejamento, ou seja, um jornal todo dedicado, exclusivamente, a orientar a direção e o corpo docente sobre as atividades de planejamento. Até então, haviam sido publicados artigos e orientações esparsas nos periódicos da entidade. O propósito dessa publicação era contribuir, de alguma forma, para o Planejamento, "momento de maior importância no processo pedagógico", com vários subsídios e sugestões. Este trabalho viria a ser o destaque da UDEMO nesse ano e nos seguintes. O projeto da Secretaria da Educação de recuperação intensiva para os alunos, nas férias, causaria bastante polêmica e insatisfação na rede. Em função da aprovação da nova LDB (em dezembro de 1996), volta a polêmica do Ensino Religioso nas escolas públicas.

Mais uma vez, em audiência com o Governo, a UDEMO propõe a elaboração de uma Consolidação das Leis de Ensino (CLE), nos moldes da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), visando unificar a legislação da educação e resumi-la num mesmo livro. Em março, a UDEMO participaria de um Congresso Nacional de Prefeitos e Secretários Municipais, em Foz do Iguaçu, e do 2° Encontro Nacional de Vereadores, em Porto Alegre. Tema: Emenda 14/96 e o FUNDEF (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério). A luta pela Previdência continua, o jornal de abril conclama os associados a se mobilizarem para evitarem o fim da aposentadoria especial do magistério. No editorial, a diretoria da UDEMO alerta sobre a necessidade de mobilização para reajuste salarial. Durante todo o ano de 1997, ao lado da questão salarial, o destaque seria a nova LDB (conteúdo e aplicações). Ainda em abril, sai o primeiro encarte do jornal da UDEMO com os convênios da entidade. Naquele momento, esses convênios já haviam atingido o número de 250, espalhados por todo o estado. Em maio, a UDEMO realiza o 9° Fórum Estadual de Educação, em Campos do Jordão, com o tema: "A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional". A UDEMO seria a primeira entidade do Magistério, em São Paulo, a analisar e discutir a nova LDB em nível estadual. Ainda em 1997, a UDEMO edita um livro contendo a Lei n° 9.394/96 (LDB) e a Lei n° 9.424/96 (FUNDEF) para distribuição gratuita aos associados. O jornal O Diretor de junho traz um encarte especial dedicado ao Replanejamento nas escolas públicas. O calendário escolar previa, então, um planejamento no início do ano letivo e um replanejamento no início do 2° semestre letivo. Em julho, a UDEMO participaria do 1° Congresso e Feira de Informática e Educação, no Anhembi. Continua a briga pelos precatórios, que o Governador Mário Covas insiste em não pagar. Ainda em julho, a UDEMO participaria do 3° Congresso Latino-Americano de Administração da Educação, promovido pela UNICAMP. Por essa época, editorial do jornal O Diretor lamenta a falta de diálogo entre a Secretaria da Educação e as entidades do magistério, e a política de concessão de abonos/gratificações, ao invés de aumentos salariais. No dia 20 de julho, realiza-se a 2ª prova do concurso de ingresso de diretores de escola. Em julho, ainda, a UDEMO lança um boletim especial de Mobilização, alertando os associados de que "sem mobilização ou até mesmo greve, não haverá reajuste e nem reestruturação de carreira". Como manchete, aparece o texto: "Baixos Salários, Baixa Qualidade de Ensino. A Escola Pública Estadual nunca esteve tão ruim". Na mesma edição, o departamento de aposentados conclama os colegas inativos para a "luta pela paridade salarial". A Campanha de Mobilização desse ano iria inovar, com a colocação de 177 outdoors distribuídos por todo o Estado. Essa campanha seria custeada com uma contribuição extra dos associados da UDEMO.

Ainda no ano de 1997, outra polêmica seria criada com a implantação da progressão continuada, no ensino fundamental e com a divisão do ensino fundamental em dois ciclos (1ª a 4ª, 5ª a 8ª séries). A UDEMO alertaria para o perigo de essa progressão transformar-se em promoção automática, como, de fato, viria a ocorrer anos depois. No mês de outubro, a Secretaria da Educação iria suspender as negociações com as entidades em torno do Plano de Carreira, encaminhando um projeto próprio (e estranho às entidades) à Assembléia Legislativa. Esse projeto viria a ser a Lei Complementar n° 836/97, que tantos problemas e prejuízos iria causar aos especialistas de educação; na verdade, esta lei acabou com a carreira, tal como prevista na LC 444/85 (Estatuto do Magistério). Em nível federal, as pressões do governo para alterar as regras da previdência e tirar direitos dos aposentados faz com que a UDEMO se filie ao MOSAP - Movimento dos Servidores Públicos Aposentados, e com ele realize um trabalho conjunto, que dura até hoje. Ainda em outubro, a UDEMO realizou o 11° Congresso Estadual de Educação, em Serra Negra, com o tema-central: "A Nova Lei de Diretrizes e Bases, Escola e Contexto Social". Em dezembro desse ano, circula, pela primeira vez, o Jornal dos Aposentados, como encarte especial do Jornal O Diretor. Essa edição dá destaque para a reforma previdenciária. Uma pesquisa realizada junto às escolas iria apontar os cinco maiores problemas vividos pelas escolas públicas estaduais: 1- módulo incompleto ou insuficiente; 2- excesso de burocracia e centralização; 3- falta de mão de obra especializada; 4- ausências excessivas (de professores); 5- indisciplina, depredação, insegurança, pouca participação da comunidade.

O ano de 1998 começa com edição nova e especial do Jornal do Projeto Pedagógico. Em destaque, a elaboração da proposta pedagógica. Esse jornal teria grande repercussão, sendo requisitado pelas diretorias de ensino, prefeituras e faculdades. Posteriormente, seria solicitado também por secretarias de educação de outros estados. O jornal de março de 1998 destaca o assistente de diretor e o vice-diretor como os grandes prejudicados pelo novo plano de carreira (LC 836/97), que nada lhes concedeu de vantagens ou salário. 1998 foi, de novo, um ano de grande mobilização contra as reformas da previdência, em nível federal. Apesar da luta das entidades, seria aprovada, nesse ano, a Emenda Constitucional n° 20, que viria alterar profundamente a sistemática da aposentadoria dos servidores públicos. 1998 é também o ano dos sorteios de vagas para os alunos candidatos à primeira série do ensino médio; as filas nas portas das escolas e o descontentamento de pais e alunos ocupariam grande parte dos noticiários. Cresce o movimento dos aposentados na UDEMO, agora com grande mobilização em São Paulo e em Brasília. Essa mobilização iria derrubar o projeto do Governo Federal que pretendia acabar com a paridade entre ativos e inativos. Ainda no início de 1998, o Conselho Estadual de Educação votaria o Parecer n° 67/98, aprovando as Normas Regimentais Básicas para as Escolas Estaduais. A UDEMO fez constar o seu voto contrário a essas normas, por não atenderem os reais interesses e necessidades das escolas públicas. Com relação ao Vice-Diretor e ao Assistente de Diretor, seriamente prejudicados pela LC 836/97, a UDEMO iria fazer várias manifestações e mobilizações na Assembléia Legislativa, na Secretaria da Educação, nas regionais da UDEMO e Câmaras Municipais. Em maio, o assassinato de uma Vice-Diretora de Jacareí, por um aluno e um ex-aluno, é tema de uma reportagem da UDEMO, com o título "Luto no Magistério". Ainda na edição de maio, o jornal O Diretor traz uma matéria intitulada "Carta ao Governador", em que denuncia uma Procuradora da 3ª Comissão Processante, por autoritarismo e abuso de poder. Também em maio, aconteceria o ingresso dos diretores recém aprovados no concurso de provas e títulos. Com a aprovação das Normas Regimentais, as escolas deveriam elaborar seu próprio Regimento. Nesse sentido, a UDEMO começa a elaborar um material de orientação para os associados, o que iria culminar na impressão de um modelo de regimento escolar, com base na LDB, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e nas Normas Regimentais Básicas. No dia 29 de maio, reúne-se em São Paulo o MOSAP - Movimento dos Servidores Públicos Aposentados, congregando, no evento, representantes de mais de vinte estados brasileiros. A UDEMO seria patrocinadora e organizadora desse evento.

No dia 5 de junho, realiza-se a 1ª EXPO UDEMO, primeira exposição de trabalhos de aposentados ativos, na sede central, organizada e dirigida pela Comissão de Aposentados da UDEMO. O sucesso foi tanto que essa exposição viria a se realizar e se repetir nos anos seguintes. A mobilização dos aposentados da UDEMO, por essa época, atinge o seu auge.

O Suplemento Especial dos Aposentados de julho traz, como destaque, a participação da UDEMO na 1° Conferência Internacional de Estudos da Maturidade, realizada em Águas de Lindóia, de 13 a 15 de maio. Essa edição iria destacar, ainda, as universidades abertas para a Terceira Idade, em São Paulo (USP e PUC, dentre outras), São Carlos, Mogi das Cruzes, Jundiaí, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Também nesse ano, aconteceria o 1° Simpósio do LAGE - Laboratório de Gestão Educacional da UNICAMP, do qual a UDEMO iria participar como entidade promotora. Daí para frente, a UDEMO faria parte da organização e da administração do LAGE. O Suplemento dos Aposentados de agosto destaca as universidades abertas da Terceira Idade e artigos científicos sobre saúde física e mental. Ainda em agosto, a Comissão das Entidades Representativas dos Servidores do Estado de São Paulo, da qual a UDEMO faz parte, anuncia um calendário de reuniões em todo o Estado - Capital e 17 municípios do interior e litoral - para discussão da Reforma Administrativa e Previdenciária no Congresso Nacional. Em 30 de agosto, acontece o 1° Encontro de Aposentados da região de Jales, Fernandópolis e Votuporanga na cidade de Rubinéia (SP). Ainda em Agosto, a UDEMO participaria do 11° Simpósio Nipo-Brasileiro de Educação, em Curitiba (PR), com o tema: "Emprego e Educação".

Em outubro, a UDEMO realiza o 12° Congresso Estadual de Educação, na pousada CESP - Jurumirim (SP), com o tema: "Políticas Alternativas para a Escola Pública". Numa coluna no jornal O Diretor, de novembro, um personagem exclama: "Mais quatro anos com Covas e Rose Neubauer. Será que agüentaremos?" Covas tinha sido reeleito e, com certeza, a Secretária da Educação continuaria no cargo, apesar de toda a grita do magistério. O Suplemento dos Aposentados de novembro destaca a 3ª Reunião do Projeto Aposentado Ativo, palestras sobre alimentação e saúde e momentos de estudos e lazer.

No final do ano, a UDEMO participaria também do 5° Congresso Estadual Paulista sobre a Formação de Educadores, da UNESP, em Águas de São Pedro (SP). 1998 é também o ano da aprovação da Reforma Administrativa em nível federal, como emenda à Constituição Federal, fixando teto salarial e novas regras para a estabilidade dos servidores públicos. Nesse ano, a UDEMO realizaria uma nova pesquisa sobre violência escolar, em 106 escolas da rede pública estadual. Em agosto desse ano, junto com o Regimento Escolar, a UDEMO lançou o primeiro GOE (Guia de Orientação aos Especialistas), livro prático de perguntas e respostas sobre as questões mais comuns no dia-a-dia da direção da escola. Esses dois livros - GOE e Regimento Escolar - iriam ter uma aceitação e uma procura muito grande na rede, e até mesmo fora dela. Em dezembro de 1998, o jornal O Diretor publica uma edição especial sobre Violência nas Escolas, com todos os resultados coletados nas escolas do interior do Estado. Ainda em novembro, a UDEMO participaria do 12° Simpósio Nipo-Brasileiro de Educação, na província de Hyogo, no Japão, com o tema: "Visando Melhorar a Educação para o Século XXI". Ainda no ano de 1998, muitas matérias vinculadas nos periódicos da UDEMO demonstram preocupação com a qualidade da educação nas escolas públicas do Estado de São Paulo. A partir desse ano, os eventos Fórum e Congresso da UDEMO iriam se alternar, realizando-se um a cada ano.

O ano de 1999 começa com a publicação do Jornal do Projeto Pedagógico. Nesta edição, além de sugestões para a elaboração da proposta pedagógica, o jornal reúne vários subsídios publicados esparsamente, lembrando que "o projeto pedagógico é um trabalho coletivo que deve se desenvolver sob a coordenação da direção da escola". A recuperação intensiva dos alunos nas férias continua gerando polêmica e insatisfação na rede. Em janeiro, a Câmara Federal aprova um projeto instituindo a cobrança da contribuição dos inativos para a previdência social. Em seguida, o Governador do Estado, Mario Covas, enviaria um projeto de lei à Assembléia Legislativa aumentando significativamente as alíquotas de contribuição ao IPESP. Com a mobilização das entidades do funcionalismo público, municipal, estadual e federal (ativos e inativos), a lei aprovada na Câmara seria declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal. O projeto do Governador Covas seria arquivado na Assembléia Legislativa. Notícia de Minas Gerais dá conta de que a progressão continuada começa a ser abandonada naquele estado, por mostrar-se insuficiente. O Suplemento dos Aposentados, de fevereiro de 1999, destaca o Ano Internacional do Idoso (1999), poemas de associados e calendário de excursões. A coluna "Cotidiano das Escolas" é dedicada ao assunto Disciplina, dentro do título: "Cinco Áreas Críticas da Administração Escolar". Regime de Ciclos e Progressão Continuada continuam em debate na rede. Em março, a UDEMO realiza a 1ª Reunião de Aposentados Ativos/99, com participação de colegas de todo o estado. Na pauta, palestras, lazer, confraternização. Em Seção Especial, o Departamento Jurídico da UDEMO destaca problemas com o artigo 133, da Constituição Estadual, e o pagamento das pensões do IPESP com base no total dos proventos. A edição de abril do jornal O Diretor destaca a contratação, pela UDEMO, de mais um funcionário para dar atendimento aos associados, nas consultas sobre legislação, via telefone. Este número traz a relação dos sete Escritórios Regionais da UDEMO já instalados: Campinas, Marília, Ribeirão Preto, Santo André, São Carlos, São José do Rio Preto e Sorocaba. Um suplemento especial de O Diretor traz os convênios UDEMO, que já somariam 331, distribuídos por regiões, incluindo Capital, Grande São Paulo, Interior e Litoral. Um desses convênios abrangeria outro estado (Hotel Pousada da Fonte, em Paraty, Rio de Janeiro). Ainda em abril, a UDEMO iria realizar, na sede central, uma reunião de especialistas de educação da região de São Paulo e Grande São Paulo, discutindo problemas das escolas públicas estaduais. O jornal O Diretor de junho traz como destaques o 1° Encontro Estadual de Aposentados da UDEMO, uso do uniforme pelos alunos e combate à violência nas escolas, aquisição de sede própria pelo Escritório Regional de Marília e realização do 6° Encontro Regional de Educação de Marília. O Suplemento dos Aposentados traz matéria sobre a 1ª Excursão Monitorada da UDEMO a Caxambu e São Lourenço (de 16 a 18 de abril), sobre a Assembléia Nacional do Idoso, "A Terceira Idade a Caminho do Ano 2000", evento realizado no SESC Bertioga (6 a 11 de abril) e o 1° Encontro Estadual de Aposentados da UDEMO, em Águas de Lindóia (20 a 23 de maio). Tendo em vista que muitos associados têm medo de dar entrevista à imprensa e que outros foram punidos por fazê-lo, a UDEMO publica um artigo intitulado "Direito de Manifestação", orientando os associados sobre o direito à entrevista e como proceder, nesse caso. Matéria feita com juízes de Direito e Promotores de Justiça, da Vara da Criança e do Adolescente, conteria declarações interessantes: "os diretores devem aplicar as medidas punitivas previstas no Regimento; o menor infrator não pode ficar impune; as escolas devem adotar o uniforme escolar como medida de segurança". Esta matéria é retomada e ampliada na edição de julho do O Diretor, onde aparece, ainda, uma carta de um pai de aluno de Bauru, enviada a uma Diretora de Escola, "pedindo-lhe respeitosamente que aplique rígida disciplina, com aumento de tarefas e obrigações a seu filho, para que ele não vire mais um delinqüente em nossa sociedade". A edição de julho de O Diretor destaca as palestras que a entidade oferece aos seus associados: Estatuto da Criança e do Adolescente; Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional; FUNDEF e Municipalização do Ensino; Violência nas Escolas; Leitura, Interpretação e Aplicação das Normas Legais; Planejamento Escolar; Procedimentos Administrativos e Punições Disciplinares. O Suplemento dos Aposentados destaca a participação da UDEMO na 2ª CIEM - Conferência Internacional de Estudos da Maturidade, em Águas de Lindóia, de 8 a 13 de julho, com o tema: 'Pobreza e Envelhecimento: Políticas Alternativas em favor do bem-estar das Pessoas Mais Velhas." Destaques ainda, desse mês, seriam as contratações de 13.000 desempregados, pelo Governador Mário Covas, para prestarem serviços nas escolas públicas estaduais (são as "frentes de trabalho"). Continua a polêmica sobre o fechamento (ou não) das escolas no recesso escolar. A edição de agosto de O Diretor convoca todos os associados para a mobilização na Assembléia Legislativa contra a reforma da previdência, federal e estadual. A próxima manifestação ocorreria no Palácio dos Bandeirantes. O Suplemento dos Aposentados destaca a III EXPO UDEMO, realizada no período de 22 a 25 de julho, na sede central, com a participação de 63 expositores, representando 29 regionais, num total de 748 obras. Grande espaço é dado, no periódico, à análise do problema da violência nas escolas. A edição de setembro de O Diretor destaca a mobilização dos funcionários na Assembléia Legislativa (contra a Reforma da Previdência) e convoca os associados para a manifestação no Palácio dos Bandeirantes (no dia 17 de setembro). Destaca ainda a situação salarial do Magistério ("cinco anos sem reajuste"), a questão da CPMF e o pagamento do artigo 133 da Constituição Estadual. O Suplemento dos Aposentados destaca a excursão a Penedo e Visconde de Mauá (13 a 15 de outubro), mobilização contra a reforma da previdência, reuniões dos aposentados nas regionais, em torno do projeto aposentado ativo, e a nova dinâmica de reuniões semanais dos aposentados na Sede Central da UDEMO, às quartas-feiras, no período da tarde.

Em outubro, a UDEMO realiza o 10° Fórum Estadual de Educação, em Águas de Lindóia, com o tema-central: "Gestão Escolar - Teoria e Prática". Mais uma vez, a UDEMO iria inovar, levando ao Fórum um cacique para falar sobre uma escola indígena. Foi o cacique Karaí Poty, que relatou as experiências da Escola Indígena Gwyrá Pepó, da reserva Guarani Morro da Saudade, em Parelheiros (São Paulo). Uma pesquisa realizada pela UDEMO junto a 916 escolas estaduais, da Capital, Grande São Paulo, Interior e Litoral, revela um déficit de cerca de 13.000 funcionários na rede. O suplemento dos aposentados destaca o 2° Encontro Estadual de Aposentados da Capital e Grande São Paulo, na sede central, os cursos oferecidos pela UDEMO, a análise do perfil do aposentado da UDEMO e as notícias das regionais.

A edição de dezembro de O Diretor destaca a participação do presidente do MOSAP na reunião do Conselho Deliberativo da UDEMO, a visita do Ministro da Educação (Paulo Renato de Souza) a uma escola de Ribeirão Preto (EE Prof. Cid de Oliveira-Leite), questões sobre previdência, progressão continuada e CPI da Educação na Assembléia Legislativa, para apurar os gastos com educação no estado de São Paulo. O Suplemento dos Aposentados destaca a excursão a Buenos Aires (18 a 21 de novembro) e um estudo sobre A Idade no Tempo e o Envelhecimento.

O ano de 2000 começa com o Jornal do Projeto Pedagógico, desta vez um documento mais completo, incluindo uma versão sintética dos Parâmetros Curriculares Nacionais. Essa edição sairia com uma impressão melhor, em papel mais claro, e mais fácil de ler. Seria solicitada por muitos profissionais da educação, escolas particulares, faculdades, secretarias da educação e, até mesmo, o Ministério da Educação.

Em abril de 2000, é lançada a Campanha Salarial Unificada, pelas seis entidades da educação: AFUSE (dos funcionários), APAMPESP (dos aposentados), APASE (dos supervisores), APEOESP (dos professores), CPP (dos professores) e UDEMO. O tema dessa Campanha seria "Piso de cinco salários mínimos para o magistério e reajuste já". Essa Campanha iria deflagrar uma das greves mais violentas que o magistério já viu. Haveria um incidente na Avenida Paulista, com a Tropa de Choque da Polícia Militar, bombas de gás lacrimogêneo e muita pancadaria. Um outro incidente ocorreria na Praça da República, em frente à Secretaria da Educação, onde havia um grupo de professores acampados. O Governador Mário Covas, chegando ali de surpresa, tentou furar o bloqueio dos professores. Houve agressões de parte a parte, inclusive físicas, num episódio que se encerrou de forma lastimável. Essa greve durou 43 dias.

A página do Jurídico, da edição de abril do O Diretor, é dedicada à questão da aposentadoria especial do Magistério. Após a Emenda Constitucional n° 20/98, começa a ser barrada a aposentadoria especial dos especialistas de educação (que, a partir de 1997, passam a ser chamados de "suporte pedagógico"). Continuam as denúncias contra o autoritarismo da Secretaria da Educação e algumas diretorias de ensino. O Suplemento dos Aposentados de abril destaca a luta em Brasília no Dia do Aposentado (onde uma comissão foi recebida pelo deputado Arnaldo Faria de Sá), e os cursos oferecidos na Central: pintura em tecido e madeira, dança, porcelana fria, tapeçaria, produção literária. A edição de junho do O Diretor destaca a repressão à greve do Magistério, denunciando o autoritarismo do Governador, da Secretária da Educação e de alguns dirigentes de ensino. Uma matéria nesse número destaca a inconstitucionalidade da proposta de eleição para o diretor de escola. O Suplemento dos Aposentados destaca a mobilização desse segmento na campanha salarial, dia de atividades culturais e de lazer. Destaque maior fica para o 2° Encontro Estadual de Aposentados Ativos, realizado no SESC Bertioga, de 24 a 27 de junho. A pesquisa da UDEMO sobre violência ganha dimensão nacional e até mesmo internacional. Servindo de base para matérias especiais das revistas Veja e Época, e do jornal O Estado de São Paulo. Esta pesquisa divulgaria o nome da UDEMO em too o país. Apareceria, ainda, nos anais do ILANUD - Instituto Latino Americano das Nações Unidas para a Prevenção do Delito e Tratamento do Delinqüente, e no site de uma organização não-governamental (ONG) norte-americana. A edição de agosto traz um protesto contra a política de gratificações do governo e a discriminação dos aposentados. As experiências das recentes greves levam a UDEMO a discutir e encaminhar à Câmara Federal uma proposta de regulamentação do direito de greve, previsto na Constituição Federal. O Suplemento dos Aposentados destaca a V EXPO UDEMO, uma excursão a Águas de Lindóia e festas juninas no interior (Águas de Lindóia, Votuporanga e Fernandópolis). No dia 19 de agosto, acontece o 13° Simpósio Nipo-Brasileiro de Educação, no Parque Anhembi, com cerca de 2.300 participantes. A UDEMO teria papel importante nesse evento, sendo a entidade que coordenou a sua organização; o presidente da UDEMO (à época, Roberto Leme) foi também o presidente desse Simpósio. O jornal O Diretor, de setembro, retoma a Campanha pela Valorização da Direção da Escola. Ainda nessa edição, como vinha acontecendo com as anteriores, a entidade mostra sua preocupação com o trabalho coletivo na escola, publicando mais um "Subsídios à HTPC" (Hora de Trabalho Pedagógico Coletivo). As entidades do magistério participam, nesse ano, das discussões em torno do Plano Estadual de Educação (PEE). Em outubro, a UDEMO realiza o 11° Fórum Estadual de Educação, em Águas de Lindóia, com o tema central: "Os Planos Nacional e Estadual de Educação". Em audiência com o Governador do Estado, Mário Covas, e a Secretária da Educação, Rose Neubauer, a UDEMO consegue a autorização para realização do concurso para diretor de escola e o reajuste do prêmio de valorização (de R$ 40,00 para R$ 53,33). O Suplemento dos Aposentados de novembro destaca a 1ª Excursão à Regional de Ribeirão Preto e reflexões sobre a Terceira Idade. Em novembro, a UDEMO participaria do 14° Simpósio Nipo-Brasileiro de Educação, no Japão. Na edição de dezembro, o jornal O Diretor, em editorial, tece críticas e restrições a um projeto da Secretaria da Educação concedendo um bônus aos professores e especialistas, no final do ano. Esse projeto viria a ser o "bônus mérito" e o "bônus gestão", que tanta polêmica causariam na rede. Ainda nesse edição, aparece um artigo sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, devido ao receio que os diretores tinham de atender pedidos de informação sobre alunos (pela polícia e de outras autoridades civis). O Suplemento dos Aposentados destaca a Visita ao Japão, o pagamento da Gratificação por Trabalho Escolar (GTE) aos aposentados, por determinação judicial, (como vitória do departamento jurídico da UDEMO) e os eventos nas diversas regionais. Ainda nesse ano, a UDEMO inicia, junto às escolas, uma nova pesquisa sobre Violência Escolar.

Em 20 de janeiro de 2001, o Congresso Nacional aprova o Plano Nacional de Educação. Por essa razão, o ano de 2001 seria quase todo tomado pela discussão desse plano, do Plano Estadual de Educação, assim como dos Planos Municipais. Na sua quarta versão, revisto, atualizado e com um formato mais didático, o Jornal do Projeto Pedagógico teria bastante aceitação na rede e em outros estados. Os jornais desse ano destacam os problemas com a atribuição de aulas, os módulos defasados, a campanha salarial, a contratação de funcionários para as escolas (via cooperativas), o ingresso de diretor e a criação do Dia do Diretor de Escola (18 de outubro). A edição de março de O Diretor traz um quadro completo sobre a Pesquisa Violência nas Escolas do ano 2000, realizado em 486 escolas públicas estaduais espalhadas por todo o estado. Dada a complexidade do assunto, a UDEMO elabora um Roteiro Para a Atribuição de Classes/Aulas durante o ano de 2001.

Na edição de maio de O Diretor, o departamento jurídico da UDEMO anuncia a propositura de um mandado de segurança reclamando o pagamento de bônus aos aposentados, ações de reversão de demissões a bem do serviço público, ação de sexta-parte e de GTE para os aposentados. Essa mesma edição (e também a próxima), traz um estudo sobre os Planos Estaduais e Municipais de Educação. A partir dessa edição, o Boletim dos Aposentados deixa de ser um Suplemento para ser o "Jornal dos Aposentados". Essa edição destaca o 3° Encontro Estadual de Aposentados da UDEMO, no SESC Bertioga, de 4 a 8 de abril; destaca ainda a necessidade de mobilização, a presença do idoso na mídia, os workshops na Central e teses científicas sobre a terceira idade. Na edição de setembro, a UDEMO já anuncia que oferecerá cursos de capacitação aos novos diretores ingressantes. Também nessa edição, a UDEMO denuncia a violência contra profissionais de educação, como o caso de uma diretora de escola de Ribeirão Preto, assassinada. O Jornal dos Aposentados, de setembro, destaca o 1° Encontro de Aposentados Ativos do Litoral Sul, no dia 22 de agosto, em Santos - SP, e a 2ª Reunião sobre Política Salarial e Aposentadoria, dia 8 de agosto, na Sede Central. Em outubro, a UDEMO realiza o 13° Congresso Estadual de Educação, no SESC Bertioga, com o tema central: "Indisciplina e Violência nas Escolas". As pesquisas da UDEMO sobre violência escolar continuam gerando matérias na imprensa, e reuniões. A Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa realizaria, no mês de setembro, uma audiência pública sobre o assunto, com os dados fornecidos pela UDEMO. Continua a briga com o Governador do Estado pelo pagamento dos precatórios dos funcionários públicos. Em setembro, ainda, a UDEMO lança uma revista especial com o título UDEMO CAPACITANDO, voltada para os novos diretores ingressantes, como material de treinamento, capacitação e consulta diária. Mais uma inovação da entidade, e que teria bastante aceitação na rede. Junto com esse documento, a UDEMO lança o novo G.O.E. - Guia de Orientação aos Especialistas - versão 2, uma edição atualizada da legislação básica, elaborada a partir de consultas de todas as regiões do Estado (ambos os trabalhos são exclusivos para os associados da entidade). Nos dias 13, 14 e 17 de setembro, ocorre a primeira sessão de escolha do concurso de ingresso de diretor de escola, na Escola Estadual Zuleika de Barros (Perdizes). Nesse concurso ingressariam 1591 novos diretores. O Jornal dos Aposentados de novembro destaca a VII EXPO UDEMO, realizada de 7 a 9 de novembro, na Sede Central, a excursão à Expo-Flora, em Holambra e o Encontro Regional de Votuporanga. No dia 18 de outubro, a UDEMO seria homenageada na Assembléia Legislativa, com uma sessão solene e com a instituição do Dia do Diretor de Escola. O projeto teve a autoria do deputado César Callegari, lembrando a importância da direção para a escola pública e da UDEMO para os especialistas de Educação. Essa data, 18 de outubro, é a data da fundação da UDEMO, no ano de 1952. Para a cerimônia, concorreram associados de todo o estado, estando ali representadas todas as regiões, através dos Escritórios e das Regionais da entidade. Ainda por essa época, a UDEMO iria se mobilizar contra o Projeto de Emenda à Constituição Paulista - PEC 19/01, que possibilitaria o repasse de verbas das escolas públicas estaduais para instituições privadas de ensino (filantrópicas, confessionais e comunitárias). Apesar da mobilização, esse projeto foi aprovado. Datam dessa época, também, os primeiros documentos da Secretaria da Educação sobre Evolução Funcional pela via não-acadêmica, de acordo com a LC 836/97. Dada a importância do tema, a UDEMO começa a publicar, em dezembro, uma série de artigos sobre Pesquisas na Escola, de autoria de um especialista no assunto. Em novembro, a UDEMO envia uma carta à deputada Luiza Erundina (Presidente da Comissão de Legislação Participativa) com um anteprojeto de regulamentação do direito de greve do servidor público. Esse anteprojeto viria a ser aprovado tornando-se o projeto da referida lei, em tramitação no Congresso Nacional. O Boletim n° 141, ano X (maio 2002), do DIAP - Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar - traria como manchete e matéria de primeira página, a análise desse projeto. A edição de dezembro do jornal O Diretor, fixa o calendário dos cursos de capacitação para os novos diretores ingressantes, que seriam realizados de janeiro a maio do ano de 2002, na Sede Central e nos Escritórios Regionais. O Jornal dos Aposentados de dezembro destaca o 3° Encontro Regional de Aposentados de Marília, o 1° Encontro Regional de Aposentados de Santo André, o de São José do Rio Preto e a excursão à cidade de Conservatória (RJ).

2002 é o ano do cinqüentenário da UDEMO. Todos os materiais impressos pela entidade receberiam um selo comemorativo com os dizeres - "UDEMO - 50 ANOS - 1952 - 2002". Todo o mês de outubro seria envolvido com as comemorações do cinqüentenário, nos Escritórios Regionais e na Sede Central, culminando com uma sessão solene na Assembléia Legislativa, no dia 18, incluindo abertura solene, homenagens e confraternização. Além do ingresso dos novos diretores (1094), neste ano o destaque seriam os concursos para o cargo de supervisor de ensino (1003 vagas) e para Secretário de Escola (2217 vagas), que mobilizariam grande parte da rede e da estrutura da Secretaria da Educação. A bibliografia para o concurso de supervisor inclui o Jornal do Projeto Pedagógico da UDEMO. Esse jornal, agora no seu quinto ano de existência, destaca as matérias: Planejamento, Projeto Pedagógico e Plano Escolar. Outros assuntos em destaque: Indisciplina Escolar e Ato Infracional, Trabalhando com os alunos - subsídios e sugestões, Planejando a Aula, Pesquisas na Escola, Orientações aos Diretores, Progressão Continuada e Infra-Estrutura escolar, Avaliação dos alunos, Trabalho Coletivo na Escola, Temas Tranversais, O Papel do Professor-Coordenador no Processo Pedagógico, Gestão Democrática e Ensino de Qualidade nas escolas, Trabalhando com a comunidade.

Na área de cursos e treinamentos, o ano de 2002 começa com os Cursos de Capacitação para os novos diretores, oferecidos pela UDEMO, aos sábados, aos seus associados, gratuitamente, na Capital e nos treze Escritórios Regionais. Esses cursos abrangeriam legislação, parte pedagógica, área administrativa e função gerencial. Uma vitória obtida pela entidade, nesse ano, foi a inclusão das escolas de 1ª a 4ª séries do ensino fundamental no concurso de remoção dos diretores de escola. Desde o início da gestão Mário Covas, e da Secretária da Educação, Rose Neubauer (1995), essas escolas seriam excluídas dos concursos de ingresso e remoção, ficando à disposição das prefeituras para serem municipalizadas. O instituto da "progressão continuada", contra a qual a UDEMO se voltaria desde o início, continua sendo alvo de debates, dentro e fora do magistério. Sobre esse tema, a UDEMO participaria de um Fórum de Debates organizado pela Secretaria da Educação, no dia 25 de junho, com o trabalho "A Progressão Continuada e o Sistema de Ciclos: mais uma Reforma Escolar?". A dificuldade de relacionamento das entidades do magistério com a Secretaria da Educação já havia atingido o seu ponto mais alto num debate, no ano anterior, na Assembléia Legislativa, exatamente sobre esse tema. Para surpresa e alívio das entidades, o novo Governador (Geraldo Alckmin), que assumira o cargo em 6 de março, quando da morte do ex-governador Mário Covas, manda exonerar, "a pedido", a secretária da Educação (Rose Neubauer) em 9 de abril, colocando em seu lugar o professor Gabriel Isaac Chalita, que retoma o diálogo com as entidades. Outros assuntos que continuam sendo temas de publicações, estudos e debates na UDEMO: eleições presidenciais, IAMSPE ("péssimo atendimento"), violência nas escolas, módulo escolar (defasado), planejamento e projeto pedagógico, situação salarial dos profissionais da educação (tida como "caótica"), a avaliação feita pelo SARESP (que causa polêmica em toda a rede), a previdência do servidor público, o não-pagamento dos precatórios pelo Governador do Estado (que ensejaria vários pedidos de intervenção federal no Estado), o movimento pela reforma da Lei Complementar n° 836/97, que culminaria com um ato público da UDEMO em frente à Secretaria da Educação, reunindo representantes de todo o estado, no dia 25 de março, a partir do qual seriam retomadas as negociações para alteração dessa lei complementar. O Jornal dos Convênios da UDEMO (Edição Especial), de março, contabiliza um total de 499 entidades e pessoas conveniadas, espalhados por todo o estado e distribuídos por regiões. O Jornal O Diretor n° 3, de maio de 2002, publica o resultado da nova pesquisa sobre Violência nas Escolas (ano 2001), destacando, sobre o assunto, os itens incidência, causas, conseqüências e sugestões. Esse documento foi encaminhado a várias autoridades, inclusive ao Secretário da Educação que, pela primeira vez, acatou como válida e científica a pesquisa da UDEMO. A Secretária anterior (Rose Neubauer) afirmava que esta pesquisa "não era científica", embora todos os dados fossem válidos e corretos. Ainda sobre o tema "violência nas escolas", a UDEMO participaria de uma reunião na Secretaria da Segurança Pública, no dia 3 de junho.

Com relação à questão salarial, o governo concederia, em junho, um reajuste linear de 5% para o magistério, o que iria desagradar a todos. No dia 9 de agosto seriam realizadas as eleições gerais na UDEMO Central e nos Escritórios Regionais para o triênio 2002/2003/2004. O Recesso Escolar continua causando polêmica, pois embora previsto em lei (Dec. n° 31.875/90), sua execução é constantemente contestada e dificultada pela Secretaria da Educação. O Jornal dos Aposentados, nas suas quatro edições, destaca o 4° Encontro Estadual, em abril, no SESC Bertioga, com o tema 'Tempo e Maturidade", a Excursão a Poços de Caldas, em junho, os encontros do MOSAP com os candidatos à Presidência da República e o Presidente do Congresso Nacional (Senador Ramez Tebet), os Encontros Regionais, em Campinas, Presidente Prudente, a participação, em Brasília, na Câmara Federal, do debate sobre o Estatuto do Idoso, as lutas pela manutenção dos direitos dos aposentados, a excursão a Foz do Iguaçu, em julho, a Fortaleza, em novembro e ao Japão e à China, em novembro (que não aconteceria devido à "acentuada elevação do preço do dólar"), e a VIII EXPO UDEMO, dentro do Projeto Aposentado Ativo, no mês de dezembro.

Em 16 de junho, realiza-se em São Paulo, o encontro dos presidentes dos treze Escritórios Regionais com a Diretoria Central, para avaliação das atividades e planejamento das festividades dos 50 anos da UDEMO.

No dia 24 de agosto, a UDEMO participa do 4° Simpósio do Laboratório de Gestão Educacional - LAGE, da Faculdade de Educação da UNICAMP, com o tema: "Gestão Participativa: Limites e Possibilidades".

No mês de setembro, de 18 a 22, a UDEMO realizaria o seu 12° Fórum Estadual de Educação, em Ubatuba, com o tema: "Projetos Educacionais - Teoria e Prática - A Progressão Continuada em Debate". Excepcionalmente nesse ano, o Fórum seria realizado no mês de setembro, tendo em vista que o mês de outubro seria reservado para as comemorações do cinqüentenário da UDEMO. Ainda no mês de outubro, a UDEMO lançaria outro material inédito na rede, uma revista de capacitação para os professores-coordenadores, com o título "UDEMO Capacitando - subsídios para os Professores-Coordenadores", e subtítulo: "Plantar a Semente de uma Nova Escola - Eis o Desafio do Professor-Coordenador Pedagógico". Essa revista abordaria os seguintes temas e assuntos: Visão Geral da Coordenação, O Professor-Coordenador, os Ciclos e a Progressão Continuada, O Professor-Coordenador e a Qualidade de Ensino, O Professor-Coordenador e o Aluno, O Professor-Coordenador e o Planejamento na Escola..

No dia 24 de agosto, a UDEMO participaria do 15° Simpósio Nipo-Brasileiro de Educação, em Curitiba; e entre os dias 6 e 10 de novembro, do 16° Simpósio Nipo-Brasileiro de Educação, em Kobe, no Japão. Entre os dias 4 e 9 de novembro, a UDEMO participaria também, como convidada, de uma Jornada Sobre Violência Escolar, em Sèvres, na França.

No dia 18 de outubro, comemorou-se o Dia do Diretor de Escola e o Cinqüentenário da UDEMO (1952 - 2002), com uma ampla programação nas dependências da Assembléia Legislativa. Estiveram presentes cerca de 350 associados, representando os Escritórios e as Regionais de todo o Estado de São Paulo. A programação constou de três partes: uma sessão solene da Assembléia em homenagem ao Dia do Diretor de Escola e à UDEMO, solicitada pelo deputado César Callegari (e que contou também com a presença da deputada estadual Maria Lúcia Prandi); uma sessão solene da UDEMO, em homenagem à data e um coquetel de confraternização, no Hall Monumental da Assembléia Legislativa, para os associados, os membros dos órgãos diretores da UDEMO e autoridades convidadas. No período da tarde, às 16 horas, uma comitiva da UDEMO, de cerca de 100 pessoas, foi recebida no auditório da Secretaria da Educação, pelo Secretário, professor Gabriel Chalita, que também prestou homenagem à UDEMO e aos especialistas de educação, referindo-se a eles como "os que dão feição à escola" ("a escola tem a cara do diretor"). Esse evento, como um todo, foi tema e matéria de uma edição especial do Jornal O Diretor, do mês de novembro.



OS 50 ANOS DA UDEMO


No dia 18 de outubro foi comemorado o Dia do Diretor de Escola, e o cinqüentenário da UDEMO. A comemoração aconteceu na Assembléia Legislativa, em três momentos: no Plenário JK, onde houve uma sessão solene presidida pelos deputados César Callegari e Maria Lúcia Prandi; ainda no plenário JK, a solenidade da própria UDEMO, e no Hall Monumental, a confraternização entre os presentes. Participaram do evento cerca de 350 colegas, representando as regionais, os escritórios, a Central e todas as regiões do Estado. Na sessão solene, o deputado Callegari referiu-se à UDEMO como "um referencial de lutas na área da educação"; a deputada Maria Lúcia Prandi (ela também uma diretora de escola aposentada) lembrou que ao diretor "cabe o difícil papel de articulador". Falando pela entidade, a colega Ruth Carvalho da Costa (de Ribeirão Preto) fez uma emocionante homenagem póstuma aos colegas que, em vida, contribuíram com seus talentos para a edificação do trabalho educacional. O colega Chico Poli (da UDEMO Central) ressaltou a importância do trabalho dos escritórios e das regionais da UDEMO, destacando ainda a necessidade da união de todos em prol da educação pública. O colega Volmer Áureo Pianca (da UDEMO Central) prestou uma homenagem aos ex-presidentes da UDEMO, lembrando que todos eles foram importantes para a fundação, o crescimento e o desenvolvimento da entidade. Roberto Leme, presidente da UDEMO, agradeceu à Casa e aos deputados presentes a homenagem prestada e a cessão das instalações; lembrou as lutas da UDEMO nesses cinqüenta anos, o trabalho das regionais e dos escritórios, o trabalho da Central e reafirmou os compromissos da entidade com a continuidade do trabalho e a luta por uma escola pública melhor e para todos. Encerrando a sessão solene, o deputado César Callegari fez críticas à política educacional do Governo do Estado, e ressaltou a "valentia cotidiana dos profissionais do ensino público no trato com os problemas do setor". Da Assembléia Legislativa, os colegas partiram em caravana até o prédio da Secretaria da Educação, onde foram recebidos e homenageados pelo Secretário Gabriel Chalita. Ressaltando a importância da direção da escola, o Secretário Chalita afirmou, em seu discurso, que "as escolas são o espelho da direção", e que "a escola tem a cara do diretor". Ainda, com relação à UDEMO, o Secretário destacou a importância dos materiais elaborados pela entidade como "referenciais para as escolas de São Paulo", ao lado da preocupação com a escola pública e a luta por melhores condições para o magistério paulista.